sábado, 27 de maio de 2023

Ceará não tem registros de Influenza Aviária; 8 casos foram confirmados no Brasil

Foto: Edmar Soares

Desde o último dia 22 de maio, o território brasileiro esteve em estado de emergência zoosanitária após três casos de aves silvestres com Influenza Aviária H5N1 de Alta Patogenicidade (IAAP) serem confirmados no Espírito Santo no último dia 22 de maio. O Ceará não tem casos registrados. No entanto, até esta sexta-feira, 26, foram detectados oito casos da doença no País, sendo um no Rio de Janeiro e os demais no Espírito Santo.


No Ceará, a Agência de Defesa Agropecuária do Ceará (Adagri) vem realizando inquéritos soro epidemiológicos em granjas e propriedades com criação de aves para detecção de casos de Influenza Aviária. Até o momento, foram realizadas 97% das coletas previstas. Nenhum caso de animais contaminados foi registrado no Estado.


"No Estado do Ceará foram visitadas 138 propriedades tanto industriais, aquelas que têm larga escala de produção de carne e de ovo, e também as propriedades que a gente chama de subsistência, aquelas de fundo de quintal, exatamente para ver se a doença está presente. Até o momento, nós não detectamos nenhum caso de influenza aqui no nosso estado,” afirma o diretor de Sanidade Animal da Adagri, Amorim Sobreira.


Ele explica também que as aves em que foi detectada a presença do vírus são migratórias e, portanto, podem ter adquirido a doença em outros países e migrado para o Brasil. Casos da influenza aviária também foram detectados em países da América do Sul e da América do Norte.


Segundo Amorim, já houve casos pontuais da doença, mas nunca uma epidemia como a que acontece atualmente. “É por isso que, em todos os estados do Brasil, nós estamos em alerta máximo para essa doença”.


Ele coloca que geralmente a detecção de casos acontece quando a granja não preza pela segurança sanitária dos animais. “Aqui, tanto no Ceará, quanto no Brasil, os criatórios prezam muito por essa biosseguridade, todos eles têm protocolos bem definidos para garantir a saúde dos animais que são criados,” relata.


Para a Agência de Defesa Agropecuária do Ceará, a principal precaução a ser tomada no momento é a vigilância. A instituição tem contatado diferentes granjas no estado para garantir o aumento da biosseguridade. Em caso de suspeita da doença, produtores e criadores devem notificar o órgão.


Casos no Brasil

Os primeiros casos de IAAP no Brasil foram notificados ao Ministério da Agricultura e Pecuária no último dia 10 de maio, pelo Instituto de Pesquisa e Reabilitação de Animais Marinhos de Cariacica (Ipram). No último sábado, 22, o diagnóstico da doença em três aves migratórias foi confirmado pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de São Paulo (LFDA-SP).


Com isso, o Ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, declarou emergência zoosanitária em todo o território nacional, por um prazo de 180 dias, em portaria publicada no Diário Oficial da União (DOU). A portaria também prorrogou o prazo das medidas preventivas estabelecidas pelo Ministério em março de 2023.


Entre estas medidas estão a suspensão de exposições, torneios, feiras e eventos com aglomeração de aves no Brasil, bem como da criação de aves ao ar livre, com acesso a piquetes sem telas na parte superior.


Além da portaria, a Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA/Mapa), do deve instalar o Centro de Operações de Emergência (COE), para coordenar ações de prevenção e vigilância.


Sobre a situação, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) comunicou que o registro de novos casos da doença não apresenta riscos ao abastecimento de produtos e não deve impactar as exportações do País.


Amorim pontua que, caso fossem encontrados animais com o vírus da influenza em criatórios industriais, ou de larga escala, esses estabelecimentos seriam interditados e os exportadores seriam alertados da detecção de casos no Brasil, barrando as exportações nacionais.


Apesar de não ser um estado que exporta aves para outros países, o Ceará está próximo à Bahia, que é um exportador. No Brasil, como explica o diretor, o maior exportador é Santa Catarina, estado que tem uma grande quantidade de nichos de aves migratórias.


De acordo com a ABPA, os animais que positivam para a doença são abatidos e não são utilizados para produção de alimentos. Portanto, é seguro o consumo de ovos e carne de aves no País. Além disso, de acordo com a associação, não haveria dados epidemiológicos que apontem para o risco de transmissão da doença aviária a humanos por meio de alimentos cozidos.


Entretanto, a Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) alerta que, quando casos da Influenza Aviária passam a ser identificados em aves domésticas, às vezes também são relatados casos esporádicos da doença em humanos.


As infecções de seres humanos pelo vírus da Influenza Aviária podem acontecer por contato direto com as aves infectadas, por isso a recomendação do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) é não tocar em aves doentes. É possível também notificar casos através do Sistema Brasileiro de Vigilância e Emergências Veterinárias (Sisbravet).


 *Fonte: O Povo