segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Justiça francesa condena diretora do FMI por 'negligência'


PARIS, 19 DEZ (ANSA) - A diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, foi condenada nesta segunda-feira (19) pela Justiça da França por negligência no caso de arbitragem da Adidas/Tapie na época em que era ministra da Economia do governo de Nicolas Sarkozy. O caso foi analisado pela Cour de la République, um tribunal especial que se encarrega de casos de ministros e personalidades públicas no exercício de suas funções. A Procuradoria tinha pedido na última sexta-feira (16) a absolvição de Lagarde, alegando que não havia material suficiente para uma condenação. Lagarde foi condenada "parcialmente" por negligência em uma arbitragem que levou ao desvio de recursos públicos. Entre 2007 e 2008, a então ministra de Sarkozy ratificou uma decisão que resultou no pagamento de uma indenização de 404 milhões de euros ao empresário Bernard Tapie, que, durante 10 anos, moveu uma ação contra o banco estatal Crédit Lyonnais, acusando a instituição de tê-lo prejudicado na operação de venda da Adidas.   

Em 2015, a Justiça francesa anulou todo o processo e acusou Lagarde de negligência com o dinheiro público, apontando que o acordo de indenização não deveria ter sido assinado e que o governo tinha outras possibilidades para resolver o problema com Tapie. "Tentei fazer o meu trabalho da melhor forma possível, dentro dos limites do que eu sabia. A negligência é um crime não intencional. Penso que todos somos um pouco negligentes em algum momento da vida", disse Lagarde, em uma entrevista à imprensa local dias antes da sentença. De acordo com o advogado da atual diretora do FMI, como a condenação foi parcial, Lagarde não será submetida a nenhuma pena. "Obviamente, preferiríamos a absolvição plena e simples, mas, em todo caso, a corte decidiu não condená-la a nenhuma pena.   

Teríamos a possibilidade de recorrer da sentença, na Corte de Cassação, mas, já que não há nenhuma pena, não será necessário", informou a defesa de Lagarde. (ANSA).

Fonte: UOL