quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Aeroporto de Fortaleza pode cair nas mãos dos alemães


A auspiciosa notícia veiculada pelo O POVO, em 27/1/2017 (pág. 20, caderno de Economia), informando que a administradora aeroportuária alemã Fraport estaria interessada em participar do processo licitatório do Aeroporto Pinto Martins, em março próximo, estimulou-me a compartilhar rápidas considerações sobre a Fraport Airport Services Worldwide e a Alemanha, pequeno-grande país.

A Fraport iniciou suas atividades em 1924. Instalada em quatro continentes, atua paralelamente nos setores de varejo, negócios imobiliários e serviços. Destaca-se entre as empresas líderes da administração de aeroportos, além de ser empresa reconhecida mundialmente pela excelência de sua Governança. Em 2015, obteve receita bruta anual de 2,6 bilhões de euros. Controlada pelo Estado (31,5% do seu capital pelo estado de Hesse e 20,02% pela prefeitura de Frankfurt), o restante do capital é detido pelos acionistas minoritários, como a Lufthansa (controladora da Condor que realiza voo semanal Frankfurt – Fortaleza).

A Alemanha, com apenas 357,4 mil km² de área (caberia 23 vezes no território brasileiro) é a 4ª maior economia do mundo e um dos três maiores exportadores globais. Arrasada por duas grandes guerras, superou as estratosféricas elevações do preço do petróleo nas décadas de 1970 e 1980; o impacto da reunificação em 1990; a recessão mundial de 2008-2009; e está passando incólume pela atual crise que atinge a zona do euro.

Sua economia pujante resulta da elevada qualificação dos agentes do mercado, apoiada em exponencial conteúdo tecnológico. Das 3,6 milhões de empresas, 3,5 milhões (99,3%) têm, no máximo, 49 empregados, sendo 95% de controle familiar, de pequeno e médio porte (Mittelstand). Das 2.000 empresas mais produtivas em todo o mundo, 53 são alemãs.

Outro fato alentador para o desenvolvimento da economia no nosso estado foi a instalação da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha do Ceará, em 27/10/2016, na Fiec. O propósito é desenvolver ações específicas para atrair investimentos e novas tecnologias, além de ampliar o comércio bilateral e consolidar as excelentes relações que já nos unem à nação alemã. Vamos torcer para que a Fraport venha substituir a Infraero. A mudança será simplesmente fantástica.

Fonte: Blog do Eliomar