
De acordo com a delação do ex-executivo, a empresa pagou R$ 120 milhões no chamado caixa um, as doações diretas às campanhas. Outros R$ 40 milhões teriam sido pagos em uma doação realizada por meio da cervejaria Itaipava, enquanto os R$ 40 milhões finais teriam sido pagos em caixa dois.
No entanto, Benedito Junior afirmou não saber os destinatários e os valores específicos de cada pagamento de campanha. Segundo sua delação, os R$ 200 milhões representam o valor total aplicado pela empreiteira nas campanhas. O acordo teria sido definido em reunião com a presença de Marcelo Odebrecht, presidente da organização, e outros cabeças da Odebrecht.
Tucanos teriam recebido verba de caixa 2 após pedido de Aécio
Em seu depoimento, Benedito Junior também declarou que a empresa repassou verba em caixa 2 para o PSDB após pedido do senador e então candidato a presidência Aécio Neves (PSDB-MG).
Segundo o ex-executivo, R$ 6 milhões teriam sido pagos a pedido de Aécio para suporte às campanhas dos tucanos Antonio Anastasia, que concorreu ao senado; e Pimenta da Veiga, que concorreu ao governo de Minas Gerais; além de Dimas Junior, do PP, que concorreu a uma vaga de deputado federal pelo PP.
Ele também afirma que outro pagamento de R$ 3 milhões foi realizado a Paulo Vasconcellos, marqueteiro responsável pela campanha de Aécio Neves à presidência. Segundo a delação, o pedido da campanha de Aécio teria sido de R$ 6 milhões, mas a Odebrecht pagou apenas R$ 3 milhões.
Em nota, a assessoria de Aécio Neves negou as informações, e afirmou que o senador agiu “sempre de acordo com a lei”.
“O senador Aécio Neves solicitou, como dirigente partidário, apoio para inúmeros candidatos de Minas e do Brasil a diversos empresários, sempre de acordo com a lei”, diz a nota divulgada pelo PSDB nesta quinta-feira, dia 2. “O empresário Marcelo Odebrecht, que dirigia a empresa, declarou, em depoimento ao TSE, que todas as doações feitas à campanha presidencial do senador Aécio Neves em 2014 foram oficiais”, completou o informe.
A assessoria de Antonio Anastasia também negou as acusações, afirmando que o político "nunca tratou, no curso de sua trajetória pessoal ou política, com qualquer pessoa ou empresa sobre qualquer assunto ilícito". Dimas Junior também negou as acusações, afirmando não conhecer Benedito Junior e nenhum outro funcionário da Odebrecht. Pimenta da Veiga ainda não se pronunciu sobre as denúncias.
No depoimento, Benedito Junior também declarou que Marcelo Odebrecht era próximo de Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias no Estado de São Paulo (Fiesp), que concorreu ao governo do estado em 2014. Segundo denúncias, a Odebrecht teria pago R$ 6 milhões para a campanha de Skaf, candidato pelo PMDB. O acordo teria sido selado no Palácio do Jaburu, em Brasília, e teria contado também com a presença do então vice-presidente e hoje Presidente da República Michel Temer.
Benedito Junior disse que teria sido contrário ao apoio de Marcelo Odebrecht à candidatura de Skaf, mas não soube informar se o pagamento para a campanha do então candidato foi mesmo realizado.
Fonte: Blasting News