Sawabona Shikoba.
Vivenciamos nestes últimos dias uma das maiores tragédias
dos últimos tempos. Ao assistir o noticiário fiquei literalmente estarrecida...
esta é a palavra estarrecida! Vigia ateia fogo em creche numa pequena cidade do
interior de Minas Gerais.
Assustada, petrificada! Mais que isso, a sensação era de enjoo, náusea!
Era como se estivesse retrocedendo na história ... voltando
ao Nazismo! As câmaras de gás! Literalmente um filme de terror!
Só consegui ler a
reportagem na integra dois dias depois! E mesmo assim ainda tive sensação de
arrepios! Sabe aquela sensação de gelar a alma!?
Fiquei imaginando o medo daquelas criança ! Me desculpem, mas na minha mente não
conseguia visualizar mais ninguém! Só as crianças!
Não sei se por que trago um amor incondicional a esses seres
anjos e tudo me aflige quando os vejo em
situação de perigo!
A alma fica dilacerada! O coração em pedaços!
Neste momento compreendo o sentimento que impeliu aquela
professora a doar a vida por aquelas crianças. Naquele momento ela esqueceu que tinha três filhos em idades
semelhantes e entregou-se
como uma Joana DÀrc ao fogo do amor, ateado pelas mentes insanas e
doentias.
Neste mês de outubro celebramos no Brasil respectivamente o dia das crianças
e o dia dos professores , dias 12 e 15 de outubro. E no mesmo dia 12 os
católicos celebram o dia de Nossa
Senhora Aparecida.
Se tudo não fosse tão macabro poderíamos relacionar esta infeliz coincidência com estes
mártires, crianças, professores,
servidores.
Será que podemos tirar alguma lição de tudo isso? Será que
podemos mensurar a gravidade de um ato tão insano ?
São tantas as perguntas e tão poucas as respostas que
prefiro me unir a dor da perda destes inocentes e desta professora!
Prefiro acreditar que não existirão mais
Damião cuidando das nossas
crianças!
Prefiro acreditar que não precisará mais professoras como a Heley dar
a própria vida por seus alunos.
Prefiro acreditar em um mundo menos insano !
Hoje reitero minhas preces para que os homens
compreendam que estamos no limite do
fim! E que é necessário e urgente repensarmos
a nossa missão nesta vida terrena e buscarmos com toda consciência o
verdadeiro e real sentido do viver!
Hoje não repetirei a
frase Carpe diem! Passarei do latim ao um dialeto africano: Sawabona Shikoba.
Sawabona: eu te respeito, eu te valorizo!
Shikoba: Eu existo para ser bom!
Quem sabe assim reestabelecemos a humanidade entre nós!
Quem sabe assim reestabelecemos a humanidade entre nós!
Jacqueline Braga