quinta-feira, 12 de outubro de 2017

COLUNA DA JACQUELINE - Sawabona Shikoba



Sawabona Shikoba.

Vivenciamos nestes últimos dias uma das maiores tragédias dos últimos tempos. Ao assistir o noticiário fiquei literalmente estarrecida... esta é a palavra estarrecida! Vigia ateia fogo em creche numa pequena cidade do interior de Minas Gerais.

Assustada, petrificada! Mais que isso, a sensação era  de enjoo, náusea!


Era como se estivesse retrocedendo na história ... voltando ao Nazismo! As câmaras de gás! Literalmente um filme de terror!


Só consegui  ler a reportagem na integra dois dias depois! E mesmo assim ainda tive sensação de arrepios! Sabe aquela sensação de gelar a alma!?


Fiquei imaginando o medo daquelas criança !  Me desculpem, mas na minha mente não conseguia visualizar mais ninguém! Só as crianças!


Não sei se por que trago um amor incondicional a esses seres anjos e tudo me aflige quando  os vejo em situação de perigo!

A alma fica dilacerada! O coração em pedaços!

Neste momento compreendo o sentimento que impeliu aquela professora a doar a vida por aquelas crianças. Naquele momento  ela esqueceu que tinha três filhos em idades semelhantes  e  entregou-se  como uma Joana DÀrc ao fogo do amor, ateado pelas mentes insanas e doentias.

Neste mês de outubro celebramos  no Brasil respectivamente o dia das crianças e o dia dos professores , dias 12 e 15 de outubro. E no mesmo dia 12 os católicos celebram  o dia de Nossa Senhora Aparecida. 

Se tudo não fosse tão macabro poderíamos relacionar  esta infeliz coincidência com estes mártires,  crianças, professores, servidores.

Será que podemos tirar alguma lição de tudo isso? Será que podemos mensurar a gravidade de um ato tão insano ?

São tantas as perguntas e tão poucas as respostas que prefiro me  unir a dor  da perda destes inocentes e desta professora! Prefiro acreditar que não existirão mais  Damião  cuidando das nossas crianças!

Prefiro acreditar que não precisará  mais professoras como a  Heley dar  a própria vida por seus alunos.

Prefiro acreditar em um mundo menos insano ! 

Hoje reitero minhas preces para que os homens compreendam  que estamos no limite do fim! E que é necessário e urgente repensarmos  a nossa missão nesta vida terrena e buscarmos com toda consciência o verdadeiro e real sentido do viver!


Hoje não repetirei  a frase Carpe diem!  Passarei do latim ao um dialeto africano: Sawabona Shikoba.

Sawabona: eu te respeito, eu te valorizo!

Shikoba: Eu existo para ser bom!
Quem sabe assim reestabelecemos a humanidade entre nós!

Jacqueline Braga