Stress no trabalho X Válvula de escape
Dados do conselho de psiquiatria brasileira indicam que 70% dos trabalhadores sofrem com algum tipo de sequela relacionada ao stress. A maioria delas estão ligadas as áreas de educação, assistência social, saúde, recursos humanos, bombeiros, policiais, advogados e jornalistas.
Sempre tive muito claro que não tinha dom para abraçar uma profissão que envolvesse de muito perto o sofrimento do outro. Medicina por exemplo nunca fez parte da minha lista de possíveis escolhas. Eu sempre soube que deveria ficar longe das feridas da mente e principalmente do corpo, pois sou daquelas que já desmaiou em exame de sangue. No jornalismo dependendo da área que escolhemos temos contato ou não com com casos dramáticos de sofrimento humano.
Uma relação satisfatória com o nosso trabalho é condição fundamental para um desenvolvimento saudável nas diferentes áreas da vida. Se o trabalhador tem a sua tensão emocional aumentada, pode desenvolver o stresse ocupacional.
Segundo a psicóloga Luana Girão, esses profissionais que lidam diretamente com estress necessitam estar bem centrados para oferecer suporte a quem os procura. E isso exige além da doação física, controle emocional e mental. Tudo isso impreterivelmente leva o profissional a um cansaço que, se acumulado pode causar alguma patologia.
Ela finaliza ressaltando que a busca por momentos de relaxamento, prazer e alegria são fontes simples, mas poderosas para o auto restabelecimento.
Luana conta sua experiência particular de como age para amenizar essa tensão que pode ser gerada pós atendimento psicoterapeutico:
“Particularmente busco práticas simples como yoga e reiki, além de priorizar momentos com a minha familia. A música também é um santo remédio para mim”. Ressalta a psicóloga.
Daniele Leite, enfermeira com 11 anos de profissão e que atualmente atua no SAMU e na emergência de um dos maiores hospitais da região, logo descobriu que era necessário ter uma válvula de escape para não se deixar levar pelo stress altissimo da sua profissão.
“Sempre amei viajar, no entanto não priorizava muito.Mas o cotidiano das emergências me trouxe um contato direto com situações de stress e vi que se não tivesse uma fonte de relaxamento, não teria com manter o foco necessário que o meu trabalho exige”. Confessa.
Daniele conta que passou a planejar seus roteiros e que isso já se tornou a principal válvula de escape. A segunda é a academia.
“Frequentar a academia deixa minha mente mais tranquila e ali descarrego as energias de um plantão puxado. E também preciso estar saudável para executar bem as minhas atividades de enfermagem no dia a dia”.Explica a enfermeira.
Paises como Egito, Tailândia e peru são alguns destinos que essa profissional de saúde já passou, fora os muitos destinos nacionais.
Desempenhar com amor e dedicação um oficio, passa também pela a ação de buscar meios de driblar o stress para que isso não contamine as outras áreas da vida.
Micheline Matos
Jornalista, fotógrafa, mãe de menina e cachorros...Escreve sem pretensão nas horas vagas.





