segunda-feira, 23 de outubro de 2017

COLUNA DO DAVID JÚNIOR - A falta de diálogo tem nos penalizado




A FALTA DE DIÁLOGO TEM NOS PENALIZADO

            Nas últimas semanas temos sido surpreendidos por tragédias que além de nos chocarem nos fazem refletir ainda mais sobre os tempos que estamos vivendo, e sobre o quanto a distância entre nós e o diálogo tem nos oferecido momentos de desconforto. 

            Para nos situarmos, lembremos do caso recente de um segurança de uma creche que ateou fogo em seu local de trabalho e vitimou fatalmente oito crianças e uma professora. Na última semana fomos surpreendidos com a triste notícia de que um adolescente de 14 anos vitimou dois e feriu quatro de seus colegas após atirar contra os mesmos com a arma da mãe, que é policial. Sobre esses dois casos, o que você tem pensado? 

            Sem dúvidas, dois casos desastrosos. E que ao não nos revelarem suas causas, ao certo, são capazes de fazer-nos lançarmos hipóteses, e entre elas destaco hoje a ausência de diálogo [ou diálogos], que tem nos atingido enquanto sociedade – me refiro a exposição de ideias, ao contato olho no olho, a discussão saudável sobre o que nos incomoda, e o que pensamos sobre nós mesmos. Estamos cada vez mais distantes dessa prática. 

            Considero, que cada vez mais estamos afastados uns dos outros – por mais que não percebamos, pois talvez seja mais cômodo para nós o “isolamento” em um mundo onde as pessoas não interferem em nossas vidas. Perde-se o contato humano, se ganha o contato digital – que nos engana quanto a nossas redes de relações. O silêncio parece ser o melhor refúgio, mas é o que grita dentro de nós por atitudes que resolvam nossos problemas, sejam elas drásticas ou não. E assim temos funcionado, como vulcões prestes a explodir. 

            A ausência de diálogo tem ido mais além. Têm alcançado os poderes, os estados, os países, mas tem penalizado fortemente os humanos – que têm sofrido com o preconceito, a intolerância e a violência advinda também dessa falta de conversa, de afeto, de “ouvidos” e “bocas”, de sensibilidade que há entre nós. Pense nisso! Até a próxima.

David Junior  - Psicólogo