A FALTA DE DIÁLOGO TEM
NOS PENALIZADO
Nas
últimas semanas temos sido surpreendidos por tragédias que além de nos chocarem
nos fazem refletir ainda mais sobre os tempos que estamos vivendo, e sobre o
quanto a distância entre nós e o diálogo tem nos oferecido momentos de
desconforto.
Para nos situarmos,
lembremos do caso recente de um segurança de uma creche que ateou fogo em seu
local de trabalho e vitimou fatalmente oito crianças e uma professora. Na
última semana fomos surpreendidos com a triste notícia de que um adolescente de
14 anos vitimou dois e feriu quatro de seus colegas após atirar contra os
mesmos com a arma da mãe, que é policial. Sobre esses dois casos, o que você
tem pensado?
Sem
dúvidas, dois casos desastrosos. E que ao não nos revelarem suas causas, ao
certo, são capazes de fazer-nos lançarmos hipóteses, e entre elas destaco hoje
a ausência de diálogo [ou diálogos], que tem nos atingido enquanto sociedade –
me refiro a exposição de ideias, ao contato olho no olho, a discussão saudável
sobre o que nos incomoda, e o que pensamos sobre nós mesmos. Estamos cada vez
mais distantes dessa prática.
Considero,
que cada vez mais estamos afastados uns dos outros – por mais que não
percebamos, pois talvez seja mais cômodo para nós o “isolamento” em um mundo
onde as pessoas não interferem em nossas vidas. Perde-se o contato humano, se
ganha o contato digital – que nos engana quanto a nossas redes de relações. O
silêncio parece ser o melhor refúgio, mas é o que grita dentro de nós por
atitudes que resolvam nossos problemas, sejam elas drásticas ou não. E assim
temos funcionado, como vulcões prestes a explodir.
A ausência
de diálogo tem ido mais além. Têm alcançado os poderes, os estados, os países,
mas tem penalizado fortemente os humanos – que têm sofrido com o preconceito, a
intolerância e a violência advinda também dessa falta de conversa, de afeto, de
“ouvidos” e “bocas”, de sensibilidade que há entre nós. Pense nisso! Até a
próxima.
David Junior - Psicólogo
