terça-feira, 24 de outubro de 2017

Prefeituras Cearenses - 50% têm atraso salarial

Com a redução dos repasses de verbas por parte da União e o crescimento das despesas administrativas em geral, municípios cearenses têm atravessado uma das piores crises financeiras dos últimos anos. A limitação de recursos tem impacto direto no serviço público. De acordo com levantamento da Associação dos Municípios do Ceará (Aprece), 45% das prefeituras no Estado não estão conseguindo pagar funcionários efetivos em dia. Ao mesmo tempo, 50% das administrações estão atrasando os salários de profissionais contratados e 75% estão em débito com fornecedores.


Gestores do Ceará e dos mais estados nordestinos compartilharam as dificuldades enfrentadas, ontem (23), no Diálogo Municipalista, evento promovido pela Aprece e pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) na Capital. O encontro marcou a mobilização dos prefeitos em busca de um auxílio financeiro emergencial do Governo Federal para as prefeituras. A reivindicação é o repasse de R$ 4 bilhões até o fim do ano por meio do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

Presente no evento, o governador Camilo Santana destacou que a crise financeira nos municípios é reflexo da recessão econômica nacional, agravada nos últimos anos. "Quando o Brasil vive uma crise econômica, isso afeta a arrecadação da União e os repasses aos estados e municípios. A questão do desemprego também pesa. Se a população perde o emprego, isso demanda mais apoio dos serviços públicos", observou. "Essa iniciativa de fazer um diálogo regional é importante para ouvir sugestões, fazer reclamações, dar ideias e ver quais saídas podemos construir", acrescentou Santana.

O presidente da Aprece, Gadyel Gonçalves, afirmou que os atrasos no pagamento dos funcionários tem ocorrido porque os repasses federais não estão acompanhando os reajustes nos salários dos trabalhadores. "As despesas dos municípios vêm aumentando. O nosso FPM aumentou 43,1% durante os últimos anos, enquanto o salário mínimo aumentou quase 72%. Em relação à Educação, houve um aumento de 36,8% no Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação), mas só o piso salarial do magistério aumentou 93,7%", alegou.

Fonte: Diário do Nordeste