Que lobo estamos alimentando?
Ouvindo o Programa, As Brasileiras, pela Rádio WL FM com Waldênia Assunção. Nossos ouvidos e coração agradecem! Estava com saudades de um repertório tão seleto! E pensando “cá com meus botões” reitero a afirmação: como nossa música é rica! Como temos grandes compositores e poetas!
Fico agora refletindo sobre a missão da educação e do que li hoje num post do Padre Augusto Bezerra que dizia mais ou menos assim:
A letra diz assim “vai malandra tu brincando com o bumbum” e ele complementava : nem prostituta que se preze curtiria um hit desse. Agora sabe por quê os artistas produzem lixo, porque existe quem consuma os lixos! Isso indica nosso nível de educação e cultura.
Ainda bem Padre que você não ouviu outras barbaridades, muitas mais agressivas e de mal gosto, para não usar palavras de baixo calão.
E mais uma vez fico a me perguntar qual a contribuição da nossa educação para mudar este cenário? O que nós enquanto educadores estamos fazendo no chão da sala de aula para que nossos alunos percebam e se envolvam com o que realmente tem valor.
Estes dias resolvi brincar com meu neto Levi de cinco anos. Há horas que estava jogando vídeo game. E já estava me sentindo incomodada. A relação das nossas crianças com o mundo virtual me preocupa. Resolvi colocar os Saltimbancos para ele assistir. Certa que não iria aceitar.
Os Saltimbancos é um musical infantil com letras de Sergio Bardotti e música de Luis Enríquez Bacalov, inspirado no conto “Os Músicos de Bremen”, dos irmãos Grimm, no Brasil ganhou versão em português e músicas adicionais de Chico Buarque.
Não é que adorou ! Gostou tanto que me fez cantar umas dez vezes piruetas e histórias de uma gata. Fiquei literalmente rouca. E quem estava por perto já não aguentava mais.
E de vez em quando olha para mim com aqueles olhos esverdeados e canta: uma pirueta, duas piruetas, hexi piruetas...bravo! bravo! e por aí vai. E a vovó aqui se derrete toda!
Mas narrei esta história mesmo, para fazer uma ligação direta do que nós enquanto pais, avós, educadores podemos fazer por nossas crianças, não só em relação ao gosto musical, mas principalmente a valorização do que tem valor!
Vem agora a minha mente a Fábula dos dois lobos, dos índios cherokee:
Certo dia, um jovem índio cherokee chegou perto de seu avô para pedir um conselho. Momentos antes, um de seus amigos havia cometido uma injustiça contra o jovem e, tomado pela raiva, o índio resolveu buscar os sábios conselhos daquele ancião.
Certo dia, um jovem índio cherokee chegou perto de seu avô para pedir um conselho. Momentos antes, um de seus amigos havia cometido uma injustiça contra o jovem e, tomado pela raiva, o índio resolveu buscar os sábios conselhos daquele ancião.
O velho índio olhou fundo nos olhos de seu neto e disse:
“Eu também, meu neto, às vezes, sinto grande ódio daqueles que cometem injustiças sem sentir qualquer arrependimento pelo que fizeram. Mas o ódio corrói quem o sente, e nunca fere o inimigo. É como tomar veneno, desejando que o inimigo morra.”
“Eu também, meu neto, às vezes, sinto grande ódio daqueles que cometem injustiças sem sentir qualquer arrependimento pelo que fizeram. Mas o ódio corrói quem o sente, e nunca fere o inimigo. É como tomar veneno, desejando que o inimigo morra.”
O jovem continuou olhando, surpreso, e o avô continuou:
“Várias vezes lutei contra esses sentimentos. É como se existissem dois lobos dentro de mim. Um deles é bom e não faz mal. Ele vive em harmonia com todos ao seu redor e não se ofende. Ele só luta quando é preciso fazê-lo, e de maneira reta.”
“Várias vezes lutei contra esses sentimentos. É como se existissem dois lobos dentro de mim. Um deles é bom e não faz mal. Ele vive em harmonia com todos ao seu redor e não se ofende. Ele só luta quando é preciso fazê-lo, e de maneira reta.”
“Mas o outro lobo… Este é cheio de raiva. A coisa mais insignificante é capaz de provocar nele um terrível acesso de raiva. Ele briga com todos, o tempo todo, sem nenhum motivo. Sua raiva e ódio são muito grandes, e por isso ele não mede as consequências de seus atos. É uma raiva inútil, pois sua raiva não irá mudar nada. Às vezes, é difícil conviver com estes dois lobos dentro de mim, pois ambos tentam dominar meu espírito.”
O garoto olhou intensamente nos olhos de seu avô e perguntou: “E qual deles vence?”
Ao que o avô sorriu e respondeu baixinho: “Aquele que eu alimento.”
Trazendo para a temática: Quais valores estamos alimentando nas nossas crianças?
Que lobo temos alimentado?
Vale refletir!
Por uma humanidade mais humana!
Vale refletir!
Por uma humanidade mais humana!
Jacqueline Braga