sábado, 27 de janeiro de 2018

No Ceará - Oposição ao governo adia indicação do nome do candidato

A exemplo do que foi feito em 2014, quando o anúncio da candidatura de Camilo Santana (PT) pegou muitos correligionários do então governador Cid Gomes de surpresa, a oposição terá como estratégia, no pleito deste ano, lançar um candidato a governador "de última hora". Esta foi uma das decisões tomadas pela bancada, em reunião realizada no início da noite de sexta-feira, em Fortaleza.

Sem um nome com densidade eleitoral para a disputa de outubro próximo, os opositores devem apostar em um candidato "improvável", segundo informaram alguns dos participantes do encontro. Eles disseram ainda que vão esperar o fim da janela partidária, em abril, para tomar decisão sobre alianças com outros partidos, visto que algumas legendas teriam interesse em participar do bloco.

O encontro da bancada aconteceu no escritório do senador Tasso Jereissati (PSDB), e contou com as presenças de Raimundo Gomes de Matos (PSDB), Carlos Matos (PSDB), Luiz Pontes (PSDB), Domingos Neto (PSD), Roberto Pessoa (PR), Capitão Wagner (ainda no PR) e Domingos Filho, ex-presidente do extinto Tribunal de Contas dos Municípios (TCM). Ainda que não tenham apresentado um postulante com força para enfrentar uma chapa governista, opositores afirmam que esta é uma das estratégias: "deixar todos achando que não temos nome".

Os oposicionistas aguardaram o retorno de Tasso Jereissati, que estava em viagem, para realizar a reunião da bancada, assim como o desfecho do julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre, na última quarta-feira. Segundo eles, a mudança de cenário nacional irá afetar a movimentação estadual, visto que novos atores começam a se movimentar com uma eventual saída de Lula do jogo político como candidato.

A oposição enfrenta alguns problemas no processo de formatação de chapa para a disputa. Uma das reclamações feitas durante a reunião diz respeito à falta de liderança no bloco para unir pautas. Houve crítica, por exemplo, a lideranças que não têm o controle sequer de seus correligionários.

Um opositor disse ao Diário do Nordeste que a bancada não tem pressa para apresentar um nome, mas ressaltou que isso está se afunilando, uma vez que Tasso e Capitão Wagner já declinaram da possibilidade. No entanto, o deputado Raimundo Gomes de Matos garantiu que o senador, desta vez, não foi enfático ao dizer que não era o nome do bloco. Para ele, a dinâmica da conjuntura política vai dar o tom das decisões locais.

Fonte: Diário do Nordeste