Chico Eufrásio, o homem de um milhão de amigos...
“Eu quero ter um milhão de amigos
E bem mais forte poder cantar” (Roberto Carlos)
E bem mais forte poder cantar” (Roberto Carlos)
É assim Francisco Eufrásio, o nosso Chico Eufrásio: “Graças a Deus, eu me sinto feliz, porque eu sou uma pessoa que gosta de respeitar todo mundo e também sou respeitado, se eu disser que não sou respeitado, estou mentindo, porque graças a Deus tenho muito conhecimento, em qualquer canto que você chegar, nos quatro cantos de Brejo Santo todo mundo me conhece e também não tenho cisma de mandar o povo ensinar onde é minha casa. Graças Deus sempre peço que todo dia ele me dê mais um amigo. Mas não é que Ele me deu?! Pois é difícil um dia que não tenha uma pessoa de fora que fica sendo meu amigo, isso é gratificante”.
Que maravilha conversar com quem tem sabedoria de vida. Chico Eufrásio nasceu no ano de 1937, hoje com 80 anos de idade, vive no seu estabelecimento de trabalho, na labuta diária com seus filhos e filhas, genro e netos seguindo a dia a dia com amor e satisfação. Chico nasceu no sitio Cachoeirinha, distrito Poço, filho de João Izidio e Maria Ana de Jesus. Orgulha-se de sua descendência, e revela que sua infância foi muito boa apesar de começar a trabalhar com oito anos de idade, mas ainda lhe sobrava tempo para as brincadeiras. Seu trabalho era de roça plantando milho, arroz e feijão.
Alguns fatos marcara a vida de Chico quando criança principalmente a seca de 1942, o mesmo com apenas 5 anos de idade e a de 1951, este já com 14 anos de idade e o mesmo revela que muitas pessoas passaram fome. Como o Nordeste é um espaço geográfico com secas e estiagens, há também o momento de chuvas e suas surpresas ambientais. No distrito poço tinha um rio que sempre enchia no inverno, Chico lembra que este nascia na cidade de Jardim. Com precisão ele descreve: “Cerca de 40 anos atrás ele não dava passagem, é tanto que teve um tempo em que Dona Sinhá, mãe de Antônio Martins, preparou uma prancha de madeira de seis metros mais ou menos, aí colocava uma corda de um lado e outro e passava muita gente”.
Chico Eufrásio perdera a mãe ainda criança, após 4 meses do falecimento de sua mãe seu pai casara novamente. A vida foi seguindo e os irmãos foram crescendo e cada um foi procurando viver dignamente sua vida. E Chico casa-se com Francisca André, Dona Tica (in memorian), depois de casado resolver vir para a cidade. Com Dona Tica, Chico tem uma geração de 9 filhos: Maria Gorete, Gilvan (in memorian), Dezinho, Sebastião, Terezinha, Socorro, Fátima, Graça e Cicera e seus 4 netos.
A vida tem seus momentos de alegria e tristezas e marcantes, ao longo dos 80 anos de Chico ele passou por momentos difíceis, um deles foi a morte de seu filho Gilvan em São Paulo, vítima de assassinato, por motivo fútil um colega de trabalho reagiu com uma barra de madeira, após discussão e atingiu seu cérebro de Gilvan este, vindo a óbito. Neste período segue Tica e Chico para São Paulo sepultar seu filho.
Após vir da Cachoeirinha, Chico dedica-se a vida de Mestre de Obras, e durante 20 anos reside na rua da Lama, lugar onde fiz muitos amigos. Por 10 anos trabalhou na Albresa, algodoeira como Mestre de Obra. Com sua tranquilidade e simplicidade, Chico enfatiza: “O pessoal chegava, pedia trabalho a Dãozinho e dizia, vai falar com o Mestre. O cafezinho veio anos depois por intermédio de Nonato (in memorian) e Teresa Basílio e com ajuda de Chico Olegário.
A vida vai marchando e nesta confirma-se o sacramento do Matrimônio: O que Deus uniu o homem não separa. E não separou mesmo! Ele e Dona Tica, foram casados por 58 anos, e justamente no dia das bodas de casamento em Dezembro de 2014, Deus separa este exemplo de casal para todos nós. Falece Dona Tica deixando o coração de Chico entristecido e de toda a família. Chico segue confiante em Deus. Pergunto-lhe sobre este fato, ele emociona-se e só consegue dizer: “Faz muita falta”. Realmente não tem palavras para descrever uma união selada de tanta cumplicidade. Exemplos de casal e de família harmoniosa. Neste ano de 2018, há mais ou menos um mês Chico, perde seu irmão confidente e camarada de forma inesperada acometido de um infarto, Joaquim parte para eternidade.
Todo esse diálogo foi em meio ao seu trabalho, que com sua presteza e delicadeza em receber as pessoas relata momentos de sua história, mas não podemos esquecer que ele é uma pessoa enraizada na nossa história, como ele mesmo diz: “Brejo Santo é uma maravilha, gosto de Brejo Santo, se não arranjei riqueza, também não preocupo, me preocupe em ter o pão de cada dia, pois estou aqui para viver em paz”! E em nome de todos que faz nossa cidade digo: Chico Eufrásio você é quem é uma maravilha de pessoa!
