sexta-feira, 29 de junho de 2018

COLUNA DA HISTORIADORA FÁTIMA ALVES - Valmir Alves


 

VALMIR ALVES



Francisco Assis Alves nasceu na cidade Brejo Santo, exatamente na Rua Coronel Ferraz, antiga Rua Velha, filho do casal: João Alves da Costa (in memoriam), e Francisca Nascimento Sobrinho (in memoriam), tendo como irmãos Antônio Alves Sobrinho (in memoriam), Francisco Alves Xavier(in memoriam), José Ribamar Alves ((in memoriam, saudoso Bá), Maria Vilani Alves da Silva,  Maria Venúsia Alves. O Senhor Valmir Alves casou-se com Giselda Gomes Alves no ano de 1961, com a qual teve as filhas: Gilvana Maria Alves Gomes, Francisca Valdênia Alves, Maria Giana Alves e Francisca Jane Alves e hoje com sete netos. 

Quem é Valmir Alves? Um cidadão Brejossantense, hoje com 83 anos de idade e que muito contribuiu para a cidade de Brejo Santo. Sr. Valmir começa sua história e me pergunta se pode contar desde a infância. Concordo e ele começa a elencar os fatos marcantes da sua vida. São tantos, mas as pessoas as quais converso relatam os fatos que trazem na memória. Pois bem, Valmir Alves começa dizendo: “Sou muito bairrista, amo esta terra”. Começou a trabalhar cedo apara ajudar seu pai que era pedreiro. Exibe com orgulho que trabalhou com o Padre Pedro Inácio Ribeiro em um plantio de frutas e verduras, em um terreno onde hoje é o prédio do Projeto ABC. Ele descreve o cenário: “Muitas frutas e verduras, que ia até a ponte”. Recorda-se que foi coroinha do Padre Pedro e o melhor era quando terminava o catecismo, no domingo a tarde, Padre Pedro trazia as crianças, para o pomar e a horta para colheita das frutas e verduras, ou então desgustá-las Sr. Valmir foi crescendo e já um pouco maior, resolve ainda trabalhar e ajuda levando comida para as lavadeiras na nascença das seguintes residências: Zé Jacinto, Antônio Matias, Neco Matias e Chico Amaro. Era um prazer poder trabalhar, revela Sr. Valmir.

Mas o tempo passa tudo muda e Sr. Valmir se formou em Ciências Contábeis (Técnico em Contabilidade). Depois foi trabalhar na prefeitura como secretário Geral por 8 anos, na gestão de Juarez Sampaio (4 anos)  e depois de Emilio Salviano (4 anos). Anos depois Sr. Valmir coloca um comércio, um supermercado, mas não continuou, ainda hoje possui o prédio, o qual está alugado. Uma das suas mais admiráveis recordações foi a criação da Banda de música, para ele é um fato social importante. Ele diz que Banda foi criada em 1918. Com relação a Igreja elogia o papel de Monsenhor Dermival e hoje do Padre Pedro André e faz um elogio ao mesmo: “Ele veio para inovar e isso é bom”. Seu serviço na Igreja começou com o Padre Pedro Inácio Ribeiro não só como coroinha, mas depois como ajudante do Sr. José Alves (Zé Pitoco), pai de Dona Pitoquinha que era pregoeiro de leilão, na época ele era menino. Então com os anos Sr. Valmir passou a ser pregoeiro por 9 anos na administração do Monsenhor Dermival. Ele diz que os leilões nasceram com Padre Pedro Inácio e que a Festa do Coração de Jesus eram excelentes, tinha alvorada as 5 h da manhã, ao meio dia e às 18 horas, e as 18 horas e trinta minutos  não tinha missa era só a novena.  A procissão de encerramento trazia pessoas até de outros estados, inclusive Salgueiro Pernambuco.

Outro fato importante sobre a vida de Sr. Valmir Alves foi incentivar o Monsenhor, na época padre Dermival a fundar uma rádio. Como ele trabalhava na cidade Crato, e fazia um programa na Rádio Araripe, pegou todas as orientações e providenciou toda a documentação da Rádio de Brejo Santo. Nascia a Rádio Sul Cearense. Ele fazia as noticias e tinha um programa intitulado Retalhos de Saudade e tocava musicas de Dalva de Oliveira, Nelson Gonçalves, Vicente Celestino, Linda Batista, Altemar Dutra, cantores que também fizeram história na música brasileira. 

Depois destes relatos, ele faz um passeio turístico na memória: fala da origem de Brejo Santo que foi com Maria Barbosa aos irmãos Santos, reporta-se a nascença e o velho engenho (intitula como fábrica de rapadura) de Neco Jacinto,, diz que a plantação de cana ia do tanque até o Baixio do Boi.  Outra recordação é a cacimbinha, a pedra do Urubu e a origem deste nome, por conta que se matava gado e jogavam os fatos nas pedras e os urubus vinham comer, por isso Pedra do urubu. Lembra ainda do primeiro tiro de guerra que foi fundado em 1910 e ele fora um dos fundadores do 2º tiro de guerra, anos depois. Sr. Valmir trabalhou por muitos anos na administração do cemitério da nossa cidade. 

Hoje vive Sr. Valmir Alves, nesta cidade a qual ele tanto ama, reside na Rua Manoel Inácio de Lucena. Tive o imenso prazer de conversar e beber na fonte da sabedoria deste nobre homem que merece todo nosso respeito e admiração. Obrigada por dedicar seu tempo na descrição de sua história de vida.