A Família pode ser um contexto adoecedor para a Criança?
Eis um dos mais frequentes questionamentos de pais quando o assunto é a saúde mental dos filhos. É impossível separarmos o contexto familiar do que a criança é ou se tornará (enquanto sujeito) na vida adulta.
O tempo passa, os comportamentos humanos caem em transformações, a cultura da sociedade passa por adequações, as perspectivas sociais são outras, mas a família ainda se sustenta como base para o desenvolvimento das pessoas, é nela que se encontra boa parte das influências que as crianças agregam ao seu comportamento, e é dela que muitas pessoas carregam “heranças” para o seu modo de ser na vida adulta, e é por isso que pais e mães precisam ficar cada vez mais atentos como o contexto familiar tem se construído positivamente ou negativamente para todos os membros do grupo.
O ambiente familiar ainda se configura como a maior influência para o futuro de uma criança, é grande o impacto das influências que pais e mães exercem sobre a vida dos filhos, portanto a família pode ser um ambiente que promova saúde mental, na perspectiva do cuidado, ao mesmo tempo que pode se apresentar como um contexto adoecedor para os seus membros.
É importante destacar que pais e mães devem estar sempre atentos à forma como conduzem suas relações familiares, ao mesmo tempo que fazendo uma “autoavaliação” possam perceber como sua maneira de agir tem influenciado na maneira de ser dos “pequenos”. Os pais precisam pensar e se perceberem como figura de referência para os filhos, são espelhos, são modelos, são reflexos – muitas crianças “copiam” seus pais.
Além das inúmeras literaturas científicas, pesquisas recentes nos mostram os efeitos positivos e negativos das relações familiares, levando em consideração os diversos contextos, fazendo um paralelo entre o que pode ser um ambiente familiar saudável ou um ambiente familiar adoecedor, levando crianças e adolescentes a apresentarem quadros de ansiedade, depressão, transtornos de personalidade, e ideações suicidas.
Um estudo realizado pela Universidade de Pittsburgo da faculdade de Educação e pelo instituto de pesquisa da Universidade de Michigan mostra que adolescentes entre 13 e 14 anos com pais que costumam agredi-los emocionalmente existe uma taxa maior de comportamentos “inconvenientes” e maiores casos com sintomas de depressão.
A família além de um ambiente de estabelecimento de vínculos e trocas de relações é também um espaço de construção e desconstrução, é na família que surgem as primeiras impressões a cerca do mundo e das pessoas, por isso a importância de cultivá-la como um espaço de promoção de afeto, mas além disso, de saúde.
E você como tem cuidado da sua família?
Pense Nisso! Uma ótima semana, e até a próxima.
David Junior – Psicólogo
David Junior – Psicólogo