É com alegria que venho homenagear na História Cotidiana da cidade de Brejo Santo, uma pessoa muito especial, que muito ama essa terrinha. Retrato a pessoa de Zenideinha, muitos a chamam de Tia Zeneide. Sim, tia com respeito e admiração de todos os que lhe rodeiam, Zenideinha não porque seja pequena em estatura, mas grande em personalidade e carinhosamente trata-se de um mimo, pois com sua doçura conquista os nossos corações. Mas quem é Zeneide? Faço a pergunta e assim ela se define: “Uma pessoa humilde, que você está vendo aqui, gosto muito de ajudar, cheia de defeitos, mas procuro me policiar e assim estou aqui para servir, quero que Jesus seja sempre a estrela”. Pois é, que riqueza, em poucas palavras expressa o que brota do seu coração!
Ao conversar com Zeneide ela expõe algo interessante sobre seu nome, o qual não é Zeneide, mas Maria Sampaio de Medeiros. Nasceu na cidade de Abaiara e seus genitores foram José Sampaio de Medeiros (in memoriam) e Expedita Tavares Granjeiro (in memoriam). Justificando o porquê de Zeneide ela diz que naquela época, talvez, cultura mesmo, os pais colocavam o nome no registro civil e davam outro. Sua origem é de uma família extensa, pois seu pai ficara viúvo e casara quatro anos depois com Dona Alice. Do primeiro casamento foram 9 filhos, ela seria a sétima filha das 3 mulheres e os homens foram seis. Sua mãe falecera quando ela tinha dois anos e seu irmão caçula ficou com 14 dias de nascido, todos ficaram com a avó paterna. De acordo com o costume, sua avó pediu a Dona Alice que ao casar com o filho, não desamparasse os netos. E assim foi feito, aos poucos ela e os irmãos foram morar com Dona Alice a qual tinha 6 filhos com seu pai. Zeneide segue sua vida e com 10 anos de idade vai estudar em Fortaleza no internato, visto que naquela época os pais não alugavam apartamentos, como acontece hoje para os filhos estudarem, mas sim em internatos. Havia o internato masculino e feminino na época. Zeneide estudou no Colégio dos Salesianos, momento em que adquiriu uma boa formação religiosa e cursou o magistério. Após o término do magistério foi estudar na cidade de Recife e prestou vestibular para Turismo na Universidade Católica, porém, viu que o campo para era fechado, resolveu voltar para sua cidade Abaiara. Ao chegar em sua cidade assumiu um contrato de sala de aula, momento em que inicia seu caminho na docência.
Pergunto, depois dos expostos, como foi sua vinda para Brejo Santo e ela responde que foi por conta de uma problema de saúde de seu pai. O Sr. José Sampaio acometido de um câncer, precisava de um acompanhamento e com recursos médicos e como a cidade de Brejo Santo possuía estes requisitos, resolveram se mudar. No ano de 1986 ela então pediu transferência do seu contrato. Neste período as escolas de Brejo Santo já estavam com as lotações completas ela saiu em busca de uma escola que melhor lhe acomodasse. Ela diz que no princípio foi complicado, andou por várias escolas dentre elas: escola Padre Pedro a diretora era Maria Ambrósio, depois na Escola José Matias Sampaio a diretora era Altamira e por fim na Escola Joaquim Gomes Basílio. Chegando na escola Joaquim Gomes Basílio, foi acolhida pela então diretora Marly Pinheiro, que segundo ela foi um anjo, pois, apesar da lotação já está completa orientou a mesma procurar a coordenadora da Crede, a Sra. Cícera Germano, caso ela autorizasse estava tudo acertado. Na época a Sra. Ilma Ferrugem (in memoriam), estava secretária de educação da cidade de Porteiras, resolve ajudá-la na intermediação com Dona Cícera Germano. Graças as ajudas, Dona Cícera concedeu a autorização e Zeneide foi lotada na escola Joaquim Gomes Basílio como professora da Pré- escola, experiência que já trazia da cidade de Abaiara. A docência na escola foi do pré – escola até o Ensino Fundamental. Para assumir seu magistério, cursou Pedagogia e depois Letras pela FACHUSC de Salgueiro Pernambuco.
Várias recordações perpassa na memória de Zeneide quando se trata de Brejo Santo, uma delas eram as festas promovidas pelo LIONS Clube de Brejo Santo, a Festa do Choop. Lembra que a festa acontecia no Brejo Santo União Clube, com muita diversão e que tinha os barris de choop e as pessoas se serviam com as canecas de louças personalizadas, inclusive, esta era o ingresso da festa.
Mas não para por ai, vem agora sua frequência na Igreja de São Francisco, hoje paróquia. Como Zeneide tinha um formação religiosa desde o internato, sempre gostou de frequentar, mas a docência tomava seu tempo, trabalhava manhã e tarde e noite faculdade, não disponha tempo para os trabalhos pastorais. Por intermédio de Neuma de Cazuza (in memoriam) ela ainda participava do Grupo Bíblico. Os anos passaram e Zeneide se aposenta e surge o convite de uma participação mais assídua. O padre Edvan lhe convida para fazer parte da Pastoral do Dizimo. Depois da saída do Padre Edvan e com a presença do Padre Luciano, este junto com o Monsenhor Dermival a convida para assumir o Ministério da Eucaristia. Desde então assume este serviço com amor, já se passaram seis anos e hoje coordena esse ministério. Passou pela companhia do Padre Reginaldo e atualmente com o Padre Arnaldo. Quando pergunto de sua atuação junto do Padre Arnaldo, ela nunca cita o pronome Eu, sinto uma naturalidade em suas palavras quando ela diz: “Nós fizemos como Ângela, Júlia e Dona Bernadete”. Ela conta que todos os paroquianos se dedicam na assistência ao Padre Arnaldo desde em que foi instalada a Paróquia, como exemplo a comida que é fornecida por membros da comunidade: na Segunda Feira do Buffet Flor de Lis, de Toinha, na terça feira o padre viaja, na Quarta um tanto livre, na Quinta feira da casa de Zé Moura, na Sexta Feira da casa dela, no Sábado da casa da Sra. Neném de Miguel e no domingo livre ou nas comunidades. Achei interessante registrar.
Hoje, ela reside próximo a Igreja, pronta para servir e retrata a cidade com seguinte sentimento: “Sempre o meu coração sentiu um amor diferente por aqui, ao Coração de Jesus e a São Francisco e o Coração de Maria”. (Entrevista realizada no dia 03/07/2018).
Agradeço de coração a você Zeneide que contribuiu e ainda contribui com a história da nossa cidade. Brejo Santo agradece sua dedicação.
Brejo Santo, 06 de julho de 2018
