Louro do Padre
Pessoa singular conhecido por todos da cidade como Louro do Padre, sim, hoje se trata de José do Monte Filho, filho de José Freires Teixeira e Nicolina Maria da Conceição, nasceu na cidade de Abaiara no ano de 1946, sendo um dos nove filhos do casal.
Louro do Padre chegou em Brejo Santo com apenas 6 anos de idade, veio morar com seus tios o saudoso Augusto “Flandeiro ” e a Sra Alcina. Logo começou ajudar seu tio na oficina, mas com o tempo que lhe restava servia na Igreja do Sagrado Coração de Jesus como coroinha, ainda na administração paroquial do Padre Pedro Inácio Ribeiro. Louro recorda que muitos meninos eram coroinhas, mas não se ligavam muito no serviço. Quando Monsenhor Dermival chega a cidade aproxima-se dos coroinhas e Louro começa a ajudá-lo se destacando dos demais. Seu trabalho com o Monsenhor começa aos 9 anos de idade indo para as capelas pastorar o Jeep, pois o Monsenhor tinha ciúmes do carro. Outra tarefa que lhe foi concebida foi ajudar o Sacristão da época Oliveira. Então segue em harmonia com o então Padre Dermival e ajuda-o no que for necessário. Ainda jovem Louro aprendeu a dirigir, inclusive sozinho só observando o Padre. Na época Monsenhor disse que iria colocar uma pessoa para lhe ensinar a dirigir, mas ele se recusa dizendo que já sabia: “Não precisa não, estou vendo o movimento”. Louro desenvolve sua habilidade para dirigir e certa vez vindo com o Padre da Capela do Poço, este o ofereceu para entregar o carro, e assim foi feito, Louro trouxe até a cidade.
Outra recordação de Louro é da chácara do Padre Pedro Inácio Ribeiro, era um pomar enorme, muitas frutas que ia da ponte até o final da taboqueira. Com o passar do tempo a afeição paternal do Monsenhor com Louro só cresce, e ajuda na construção da casa Paroquial. Depois que a casa fica pronta, Louro se muda de vez, a convite do Monsenhor para ir morar com ele, lógico que com a autorização do pai. É uma afeição filial que perdura até hoje, com dedicação ao Monsenhor Dermival de Anchieta Gondim.
Os fatos perpassam na memória de Louro e ele lembra do Jeep que o Monsenhor comprou em sociedade com Sr. Carlos Martins e este fora dirigir como taxista, mas a gente sorrir, por que Louro diz que o lucro do Táxi era divido com o padre. No ano de 1960, comprou um caminhão e Louro passa a dirigir também, vindo tirar a habilitação só no ano de 1962. Sua primeira viagem para São Paulo foi com Chico Balaio, mas depois decidiu viajar sozinho.
No ano de 1970 Louro se casa com a Sra. Socorro, conhecida por todos como Socorro de Louro do Padre. Louro conheceu Socorro quando esta trabalhava como Técnica de Enfermagem na Casa de Saúde Nossa Senhora de Fátima, e desta união nasceram os filhos: Cristina, Maria, Juliana e Francisco. Para completar sua alegria fora presenteado com 7 netos.
Quem é Louro do Padre? Amigo de todos, pronto para servir, adora o que faz e ainda se desdobra como vaqueiro, pois corre vaquejada. Exibe com orgulho seus troféus. Um dia conversando com um amigo motorista, este dizia ser um excelente piloto, mas ele retruca e diz: “Piloto de que? Agora eu sim, sou caminhoneiro, sou vaqueiro e ainda sou piloto”. Esta resposta foi por que Louro já pilotara um ultra leve. Vive o nosso amigo Louro alegre e satisfeito, há 14 anos trabalha com Arônio Salviano, ao qual ele tece elogios e sente-se membro, pelos anos de amizade e confiança reciproca. Diz também que fez muitos e muitos amigos. Faz elogios ao progresso da cidade e sua evolução.
Agradeço a Louro pela disponibilidade em me conceder este momento.
Entrevista: Brejo Santo, 10 de julho de 2018.