sexta-feira, 10 de agosto de 2018

COLUNA DA HISTORIADORA FÁTIMA ALVES - Padre Arnaldo, o Pastor que cuida das suas ovelhas, o ministério é precioso demais.

Padre Arnaldo, o Pastor que cuida das suas ovelhas, o ministério é precioso demais.

Meu coração encheu-se de alegria ao conversar com a personalidade ilustre da nossa história cotidiana: PADRE ARNALDO. Pessoa que admiro e admirado por todos da cidade que conquista cada coração amante do São Francisco de Assis. Que bom tê-lo em nosso meio, chegou recentemente, mas já faz parte da cidade como referência de dirigente espiritual dos que congregam os devotos, simples e humildes de nossa terra. A pergunta inicial é um tanto quanto pessoal e como diz Michel de Certau, sobre a intimidade interior: quem é padre Arnaldo? Responde que nasceu em uma comunidade na cidade de Juazeiro do Norte há cerca de 20 km sitio Taquari, entre Juazeiro do Norte e Caririaçu. Nasceu no dia 06 de dezembro de 1977, passou toda a infância na comunidade. Fez os primeiros estudos na escola da comunidade estudou em Umari. Concluiu os estudos na cidade de Juazeiro do Norte, cursou o segundo grau, fez supletivo na intenção de ir para o Seminário do Crato. Antes, fez algumas experiências na comunidade Franciscana e Beneditina (entre Fortaleza e Bahia), mas se encontrou mesmo na comunidade Diocesana da cidade do Crato. Com entusiasmo, reporto aqui suas palavras: “No dia 27 de fevereiro do ano de 2001 entrei para o seminário São José e fiz os cursos Propedêuticos, Filosofia e Teologia. A turma que iniciou o curso de teologia da Diocese do Crato, recentemente também fechado". Padre Arnaldo concluiu o curso no dia 04 de abril 2009, e foi ordenado Diácono na Sé Catedral do Crato. Fez o estágio do Diaconato na comunidade de Missão Velha na Paróquia de São José com o Padre Ivo. Posteriormente no dia quatro de agosto do ano de 2009 foi ordenado Padre. Assim ele registra que “No dia 22 de novembro fui já Padre, fui transferido para ser o administrador paroquial do Barro, onde fiquei até o dia 05 de novembro de 2016 e no mesmo ano, dia 13 de novembro vim assumir aqui a Paróquia de São Francisco de Assis que foi criada no mesmo dia, instalada no mesmo dia por Dom Fernando Panico, onde estou servindo nesse momento”.

    Mas como sempre indago sobre o período da infância pergunto se desde criança desejou ser padre, mas ele enfatiza que sua infância foi vida normal, e que o desejo de ser padre começou a partir da sua primeira Eucaristia. Revela ainda que, seus trabalhos iniciais na comunidade foi como catequista, depois animador da comunidade no sitio Taquari e em um período de cinco anos como coordenador, até que, no ano de 2001 foi para o seminário do Crato. Ele recorda sua tia a precursora dos ensinamentos religiosos pelo fato dela ser catequista. O legado familiar também contribuiu pois, seu pai lhe falava muito da missão dos frades Franciscanos, principalmente das missões de Frei Damião. Traz na memória e destaca: “Ele era muito próximo de Frei Jesualdo a quem ele acompanhou de perto lá na minha comunidade, quando frei Jesualdo veio fazer as missões de desobriga no período da construção dos franciscanos a partir do ano de 1953”. Assim, ele vendo e ouvindo o pai falar sobre estas coisas, por serem uma família católica, foi desenvolvendo o interesse pelas coisas da Igreja e a partir da primeira eucaristia já decidiu ser catequista. Outro detalhe sobre Padre Arnaldo é que ele foi ministro da Eucaristia. As tias gostavam das reuniões da Igreja, e foram as primeiras catequistas da comunidade.

Sabemos que a família é o primeiro berço da vocação, e assim com todo esse desfecho maravilhoso de testemunho, Padre Arnaldo relata sua origem familiar: “Meu pai se chamava Raimundo Joaquim do Nascimento, que morreu exatamente no dia 13 de outubro do ano em que fui ordenado (2009), fui eu quem deu a unção dos enfermos, a extrema unção e a minha primeira missa foi a última missa que ele foi. A minha mãe ela morreu eu ia fazer dez anos de idade, no dia 04 de abril, era pertinho de uma semana Santa, momento muito forte na minha vida”. Padre Arnaldo é de uma família numerosa, seus irmão que estão vivos são: José, Maria do Socorro que chamam de Corrinha, Francisco que chamam de Tico e Carlos que chamam de Carlinhos e Cláudio o caçula. Morreram Maria Aparecida, José Adailton, Cicero e Terezinha (ainda criancinha).

Padre Arnaldo que convive conosco, posso assim dizer, peço-lhe que retrate algumas palavras sobre Brejo Santo: “Brejo Santo pra mim é um desafio muito grande. Por que? Porque o povo do Brejo Santo é um povo, primeiro culturalmente, um povo de uma cultura bem elevada, graças a Deus pessoas muito voltadas para a área da educação, da medicina, pessoas bem informadas. E eu reconheço que a minha formação de comunidade, de sítios, fazendo supletivo e tudo não foi essa formação toda. Toda vez que estou fazendo uma homilia eu fico ali pensando, meu Deus quem são os grandes que estão ai para ouvir e dizer que eu estou errado nesse termo ou naquele termo? Teologia vá lá, mas nos termos de Português, alguma coisa fico preocupado nesse sentido por que eu sei que é uma turma muito boa, muito bem preparada a turma de Brejo Santo”. Mas outro desafio grande para Padre Arnaldo foi assumir a parte de uma paróquia, segundo ele, de um padre que passou mais de sessenta anos, uma longa história que todo mundo já conhece que é o Monsenhor Dermival que foi o sucessor de um padre que também tem fama de santidade Padre Pedro Inácio: “É um povo muito religioso, muito sedento de Deus, uma povo de uma cultura elevada, mas o que observo no povo de Brejo Santo, um povo muito humilde e obediente. Então é um Desafio pra mim oferecer o melhor de mim que não é essas coisas todas. É muito gratificante pra mim por que eu vejo muito desejo de santidade nas pessoas e isso também me chama a santidade. Maravilhado com a comunidade de Brejo Santo. Todos procuram Deus de coração sincero, povo simples. Isso também me gratifica, isso também como diz Santo Agostinho me atemoriza, por que eu sei que eu preciso exigir muito mais o que eu não tenho, mas o que me consola é saber quem vai oferecer é o Espírito Santo, não sou Eu”. Sente-se realizado na comunidade”. Quanto aprendizado com este servo de Deus! Que palavras permeadas da sabedoria e iluminação do Espírito Santo de Deus.

Mas estamos no mês Vocacional, e não poderia deixar de pedir umas palavras de incentivo para nós e Padre Arnaldo com seu jeito manso diz que: “O mês vocacional é ímpar na vida de qualquer cristão, fala muito forte para cada um de nós porque questiona muito a nossa vocação e o nosso chamado. A gente se pergunta muitas coisas a partir desse próprio mês. O Papa São João Paulo II dizia que vocação é dom e mistério. É um dom que Deus nos concede, não é nosso, é o presente que Deus nos dá, nós não temos nenhum merecimento pra isso. É um dom que ele nos concede e é um mistério profundo, ele nos chama, nós não sabemos o que é o que ele quer de nós exatamente. Mas quando a gente se dispõe como Nossa Senhora, ai ele faz a obra dele. É um mês que nos renova cada vez mais, reafirmar o nosso sim que demos um dia. É um Mês que nos compromete bastante, por que o sim que a gente deu é exatamente aquilo deve fazer frutificar na vida das pessoas. Muitas respostas depende do nosso sim, muitas vidas, muitas pessoas nos procuram muito, para saber ou pedir um conselho e muitas vezes me sinto impotente para oferecer. É o Espirito Santo que oferece, mais humanamente, fica a gratidão a Deus por que ele manda muitas provas do amor dele para conosco, pelas pessoas quem confiam na gente as situações, humanamente falando não é nada, mas procuram Deus na pessoa sacerdotal, e o mês vocacional chama a compreender muito mais isso. Não é o Padre Arnaldo, ele não tem esse dom, não pertence a ele esse dom, esse dom é de Deus e Deus deu esse dom para ser oferecido as pessoas, reconheço tudo isso neste mês. Agradeço a Deus por tanta bondade, por que no meio de tantas pessoas que tem qualidade, condições, ele vem buscar pessoas limitadas, fracas, como a minha pessoa pra oferecer o que ele quer oferecer ao povo, não o que eu quero oferecer, por que eu não posso oferecer nada, e o que ele quer oferecer ao povo através do meu sim. Pessoas, religiosas que deixaram seus projetos pessoais e se entregaram a causa do Reino”.

Mas Padre Arnaldo fala ainda aos Paroquianos Franciscanos: “Exortar a nossa comunidade que tem sido uma comunidade de fé, esperança e caridade, a ser uma comunidade sempre ter esse modelo humano de pessoa de fé que foi São Francisco, que soube deixar tudo por amor a Cristo, por amor ao próximo, por amor a Igreja. Agradecer a Deus pelos paroquianos que nós temos, nos fazem um bem enorme, pela resposta de fé, pela resposta vocacional que cada um dá, pelo amor a Deus que cada um tem, pelo amor ao próximo e oferece. Agradecer. Minha palavra é só de gratidão a cada paroquiano de São Francisco e tem cada vez nos levado a compreender a importância do nosso ministério. Tem horas que a gente não compreende, mas tem horas que eles nos leva a compreender que nosso ministério é precioso demais, por que é pra servir a eles e eles são importantes demais para Deus, por isso o nosso ministério entregue a eles a gente só tem a alegria de dizer que somos muito felizes por estar aqui até o dia que Deus nos permitir e que a gente possa servir em alguma coisa para o bem desse povo tão querido de Brejo Santo”. 

Obrigada Padre Arnaldo por dispor de seu tempo precioso a nos deixar essas belas palavras do Amor de Deus para nós! Que Deus o conserve assim, simples mas rico da sabedoria de Deus.