sexta-feira, 17 de agosto de 2018

COLUNA DA HISTORIADORA FÁTIMA ALVES - Padre Pedro: “Só mesmo pela graça de Deus que me deu a oportunidade de começar meu ministério sacerdotal numa paróquia tão abençoada”.

Padre Pedro: “Só mesmo pela graça de Deus que me deu a oportunidade de começar meu ministério sacerdotal numa paróquia tão abençoada”.

Com alegria, e o coração cheio de gratidão, aproveitando o mês vocacional, reporto-me ao nosso jovem Pastor Padre Pedro André, amante de Deus e da Igreja, como também sacerdote zeloso pelas coisas do Reino, o qual compõe a história cotidiana de nossa cidade. Faço reverência a sua pessoa, por ser dotada de sabedoria e amigo de todos da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus.

O padre Pedro André Bitu Bezerra nasceu em Várzea Alegre – Ce, no dia 08 de maio de 1988. Filho de Pedro Alves Bezerra e de Luiza Sátiro Bitu Bezerra. Foi batizado pelo Revmo. Padre José Mota Mendes no dia 19 de março de 1989.

Realizou os seus estudos, do ensino infantil ao médio, na escola estadual Profa. Maria Afonsina Diniz Macêdo. Celebrou a sua primeira participação na eucaristia no dia 20 de dezembro de 2000, e foi crismado por Dom Newton Holanda Gurgel no dia 22 de dezembro de 2002.

Aos 17 anos, no ano de 2006, ingressou no seminário diocesano São José. Nesta casa de formação realizou os estudos preparatórios e a formação exigida para o exercício do sacerdócio. Entre os anos 2007 e 2009 o curso de filosofia, e de 2011 a 2013 o curso de teologia.

Durante os seus anos de estudos realizou estágio pastoral em paróquias de diferentes cidades que compõem a diocese de Crato, sendo os três últimos anos dedicados à paróquia de santo Antônio na cidade do Barro, onde tem profundas amizades, tendo sido lá agraciado com o título de cidadão barrense.

Durante o ano de 2014 realizou os estágios preparatórios para as ordenações diaconal e sacerdotal. No estágio pré-diaconal percorreu as paroquias de Nova Olinda, Santana do Cariri, Altaneira, Araripe, Campos Sales, Assaré, Tarrafas e Antonina do Norte. Aos 17 dias do mês de maio foi ordenado diácono por Dom Fernando Panico em cerimônia oficiada na catedral de nossa Senhora da Penha, em Crato – Ce. Celebrou a sua primeira missa no dia seguinte, na igreja matriz de São Raimundo Nonato em Várzea Alegre, igreja onde foi batizado e onde, junto ao Revmo. Pe. Mota, descobriu a sua vocação para o ministério ordenado.

No dia 23 de maio de 2014, chegou a Brejo Santo com o fim de fazer o seu estágio para a ordenação sacerdotal, que se deu no dia 15 de outubro do mesmo ano. No ato da ordenação recebeu a nomeação de Vigário Paroquial de Brejo Santo, função da qual tomou posse no dia 26 de outubro.

Com a inauguração do Santuário da Mãe Rainha, em 28 de setembro de 2014, aí assumiu a animação pastoral e cuidado sacramental. Permanece como responsável pelo Santuário e cooperador do Monsenhor Dermival de Anchieta Gondim, que fez questão de escolhê-lo como tal e de trazê-lo a Brejo Santo para o serviço à santificação dos fiéis.

Aproveito a oportunidade e converso com Padre Pedro sobre o Mês vocacional e exponho na integra suas palavras inspiradoras que nos conduz a reflexão do nosso ser vocacional na Igreja e no mundo: “Deus nos fez para viver, não para viver de qualquer jeito. Então, as vocações são sempre realidades que procede de Deus, não são simplesmente aptidões, nem realidades profissionais ou inclinações para determinada área ou outra. As vocações tem a finalidade de nos ajudar a crescer na santidade, já que a santidade é um projeto de Deus no ser humano. Então, Deus chama alguns para o serviço que implica uma doação total da vida a Ele como os sacerdotes, como os consagrados. Deus chama pais e mães de família para exercer o amor com solicitude no dia a dia, também como cooperadores seus. Deus chama os catequistas, no serviço das comunidades. Então, a vocação é sempre um caminho para encontrar o sentido da vida e o sentido da vida é Deus, de quem a gente veio e para quem a gente caminha”. Que lindas palavras de estimulo e orientação! Padre Pedro na sua busca incessante pelas coisas do Reino de Deus, vemos o gosto nas suas palavras em retratar a vocação, ele faz um percurso histórico e diz que agosto é um mês vocacional, e que teve início no Brasil no ano de Em 1981, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em sua 19ª Assembleia Geral, instituiu agosto como o Mês Vocacional. O objetivo principal era o de conscientizar as comunidades da responsabilidade que compartilham no processo vocacional. É o mês de oração pelas vocações. Tudo precisa da sustentação da graça de Deus. Ele completa seu discurso sacerdotal sobre o mês vocacional que a oração é a maneira de permear tudo com a graça de Deus.

Mas completando peço-lhe que retrate palavras sobre a Semana da Família com sua sabedoria de Deus e iluminado pelo Espirito Santo nos dirige este pronunciamento: “A Família está recebendo de todos os lados investidas para sua desintegração, sua desconfiguração. É preciso resistir a onda do tempo, das ideologias e se manter fiéis aquilo que Deus fixou, pelas leis da natureza desde o princípio. É manter a fidelidade aos compromissos contraídos, manter o gosto pela vida e pela vocação familiar, por que às vezes podemos cair na tentação de se cansar como pai e mãe. Mas não, aqueles momentos de cansaço, de desgaste são na verdade momentos para exercer a vocação para a paternidade e para a maternidade. Exercer mais amor.” Com estas palavras Padre Pedro nos ensina e nos alerta para a responsabilidade de ser família neste mundo desafiador, diante da globalização. Ele diz que o cansaço do dia tem sentido quando é visto pelo coração ou seja pelo amor, pois apesar dos sacrifícios é que se faz novas vidas crescer. “A Família é o molde”, diz Padre Pedro. “Molde para tudo mais, a nação temos como família, Igreja como família, criando vínculos com pessoas de trabalho que daqui a pouco vai dizendo: é nossa família. O molde de todas as instituições é a família, não foi algo inventado pelo homem, ela foi abençoada por Deus e naturalmente acontece”. A reflexão do Padre Pedro é profunda, nos leva a repensar nosso modelo de família. Ele reforça ainda que se fala em modelo de família tradicional, mas é um modelo natural de família. A expressão não seria tradicional, mas de família natural fixada por Deus, pois ela é a célula mãe da sociedade e da Igreja, a referência para tudo.

Pergunto se ele concorda que a Família é uma instituição falida e o que pode dizer sobre este termo, Padre Pedro na sua sinceridade diz que não concorda: “Estão tentando ruir essa base, se alastrar de tantos meios, partidos políticos, de lobes, de movimentos que querem uma desestabilização da nossa identidade cultural, não no sentido humano, mas de tudo que a gente construiu ao longo do milênio. Sem família não existe nada”. Repensemos este termo de que a família está falida, hoje como ele se refere, a decadência da humanidade por conta da desestabilização da família, faz-se necessário um “resgate” a família para podermos recuperar o que estamos perdendo.

E Brejo Santo, sobre nossa terra o que Padre Pedro tem a nos dizer? “É um lugar admirável, eu cheguei aqui há quatro anos e tratando-se do universo religioso e admiro a fé, o empenho, o engajamento, a maneira como as pessoas levam a sério a fé, amor a Deus. A religião é um momento indispensável, primordial na vida do povo de Brejo Santo. Em outros lugares a gente vê uma forte influência do secularismo, as pessoas voltadas para a vida civil, vida social. Mas, aqui, a religião graças a Deus, o Reino de Deus ainda impregna as estruturas. Enfim, desenvolvimento, não tenho dúvida, a melhor cidade do Cariri, uma cidade grande com jeito de cidade pequena, um jeito acolhedor, cidade desenvolvida, mas que não tem aquele movimento, aquele vai e vem, aquele frenesi de outras cidades maior da região, a cidade mais central, tranquila, de muitos amigos, graças a Deus. Esses quatro anos, muitas amizades, muitos conhecimentos. Deus me deu a graça de participar mesmo da vida das pessoas, em momentos festivos, mas também em momentos de dor. Desempenhando a missão do Pastor que é estar sempre com as ovelhas”.

Obrigada Padre Pedro pelos ensinamentos tão valiosos e tão preciosos. Que Deus o conserve assim, o Pastor que está próximo de cada um que compõe a Paroquia do Sagrado Coração de Jesus.