quinta-feira, 16 de agosto de 2018

COLUNA DA JACQUELINE - Invidere

Invidere

 
Hoje me debrucei sobre a palavra INVEJA.
 
Segundo o dicionário significa desgosto provocado pela felicidade ou prosperidade alheia ou desejo irrefreável de possuir ou gozar o que é de outrem.
 
A origem latina da palavra inveja é “invidere” que significa “não ver”. Com o tempo essa definição foi perdendo o sentido e começado a ser usado ao lado da palavra cobiça, a qual culminou, então, no sentido que conhecemos hoje.
 
Sócrates afirmava que a inveja é filha do orgulho, autora do homicídio e da vingança, o início das sedições secretas, a perpétua atormentadora da virtude... é a imunda lama da alma; um veneno, um azougue que consome a carne e seca a medula dos ossos. Um sentimento terrível!
 
E fico a imaginar o poder deste sentimento cruel. O fato de estar ligada intrinsecamente ao ciúme, os torna sentimentos que se confundem.
 
Para a Igreja Católica, a inveja é um dos sete pecados mortais e contra ela se prega a virtude da caridade e o amor ao próximo. Desde sempre ouvi dizer que a inveja matou Jesus.
 
Na epístola de Tiago 3:15 diz: “Mas, se tendes amarga inveja, e sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade. Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica”.
 
A psicologia explica que a pessoa que sente inveja reflete uma determinada inferioridade intermediada por certa maldade.
Lembro-me agora de uma parábola:
 
Num certo dia, uma serpente começou a atormentar um vaga-lume que só vivia para piscar e piscar sua linda luz verde.
 
E o vaga-lume esquivava-se com verdadeiro pavor daquela ameaçadora forma de vida, e a serpente tenazmente continuava a persegui-lo. Escapava durante um dia e a serpente  não abandonava a perseguição. E isso ocorreu por alguns dias…
 
No quinto dia, o vaga-lume parou cansado arfando muito e de repente falou à serpente:
 
– Quero saber uma coisa, senhora serpente…
– Na verdade, não dou nenhuma chance para ninguém, porém, como vou engolir você mesmo, pergunte…
- disse a serpente dando um sorriso sarcástico.
– Faço parte da sua cadeia alimentar?
– Não…
– Te prejudiquei em alguma situação?
–  Também não…
– Então, por que você quer me engolir?!
– Porque não consigo ver você brilhar!!!
 
Que tal começarmos a usufruir de nossos dons, confiar em nossos potenciais, e acreditar que todos nós somos capazes de ser e ter o que quisermos. Só assim, nós deixaremos definitivamente de praticar a inveja, de não cobiçar, de “não ver”. Consequentemente veremos o que temos de bom para oferecer ao mundo.
 
A pergunta que não cala: O que temos de bom para oferecer as outras pessoas? Reflitamos e coloquemos em prática .
 
Por uma humanidade melhor!
Jacqueline Braga