quinta-feira, 9 de agosto de 2018

COLUNA DA JACQUELINE - Silêncio

Silêncio

Há momentos em nossas vidas que o nosso coração clama por silêncio.

Não o silêncio das palavras, nem dos sons. Mas sim, o silêncio da alma.

Como assim? O silêncio que nos faz ver além dos gestos, das palavras e do próprio
silêncio.

Há um provérbio Sueco que diz:
Tenha menos medo e mais esperança; Lamente menos, respire mais; Fale menos, diga mais; Odeie menos, ame mais; E todas as coisas boas serão suas.

Fico pensando na minha dificuldade em silenciar. Gosto do som da palavra, gosto de me pegar falando ou sussurrando sozinha.

Consigo controlar o medo. Exercer o exercício de não lamentar e amar é uma meta de cada dia. Mas o silêncio... ah o silêncio ainda é um grande desafio.

Muitas vezes, apenas conversamos e conversamos, mas sem dizer nada realmente. É aquela velha assertiva: Você fala tão alto que eu não consigo entender o que você diz.

Existe um desejo imenso nos nossos vazios de sermos ouvidos. E acreditamos que as palavras podem preenchê-los. E nem sempre isso acontece.

Platão afirma que Os sábios falam porque têm algo a dizer; Os tolos porque eles têm que dizer algo.

Nestes últimos dias tenho desejado uma mente quieta, ouvir meu próprio coração. Sem pressa, sem ruídos.

Saskya Pandita alerta: Falar muito é a causa do perigo. O silêncio é o meio de evitar o infortúnio. O papagaio falante está calado em uma gaiola. Outros pássaros, semdiscurso, voam livremente sobre nós.

Que possamos exercitar a sabedoria do silêncio e começar a perceber que o nosso ser é maior e mais profundo do que nossos pensamentos, como afirma Eckhart Tolle , no seu livro O poder do agora.

Cantarolo a canção dos Detonautas:
Entra no silêncio, longe dos outros
Que as palavras se dirão, depois da espera
Entra no silêncio, longe dos muitos
E escuta uma única palavra
Que irá subir do fundo do mar
Basta ouvir uma vez e depois, o silêncio.
 
Por uma humanidade melhor!
Jacqueline Braga