sexta-feira, 7 de setembro de 2018

COLUNA DA HISTORIADORA FÁTIMA ALVES - Quinha da Avon, amiga de todos, sorriso encantador!

Quinha da Avon, amiga de todos, sorriso encantador!






Fico feliz em hoje registrar em nossa história cotidiana uma mulher admirada por todos nós de Brejo Santo. Nas idas e vindas, nas ruas de nossa cidade encontramos com Quinha, esta guerreira que nos ensina com seu sorriso e sua delicadeza a maneira certa de fazer amizades. Sim, é assim que vejo Quinha, uma pessoa que merece toda homenagem, pois por onde passa deixa a marca registrada do seu sorriso e da sua beleza interior.
 
Mas quem é Quinha? Francisca Figueiredo Nogueira nasceu na cidade de Brejo Santo, filha do inesquecível casal Antônio Alves Figueiredo e Maria Odete Gomes. E tinha o irmão Antônio Alves Figueiredo Filho (Antonino, conhecido como Cabo Chico).
 
Ao iniciar nosso diálogo, que por sinal, muito descontraído e muito bem recepcionado por Quinha, pergunto quem era Dona Odete? Ela responde sorrindo: “Ela era aquela que vendia leite no café e tudo mais, conhecida demais em Brejo Santo”. O café de Dona Odete era localizado no centro da cidade, no comércio. Quinha recorda que no café vendia comidas, bolos, doces, fazia comida para os saldados e cita alguns que ficam registrados na nossa história como o Tenente Arrais e General. Era algo novo no comércio, e todos frequentavam o café de Dona Odete. O pai de Quinha era carpinteiro, considero um casal exemplo para nós. Minha curiosidade aguça e pergunto sobre o comércio, a qual revela: “Era um comércio como agora, não tinha os supermercados como hoje, mas tinha as bodegas como a de Antônio Mangueira, Neco Matias, tinha as lojas de Nezinho Madeiro, de Manoelzinho e Vicentinho Madeiro, Amadeus. Naquela época tinha mais loja de Tecidos do que hoje”. Ela lembra que hoje só tem as lojas que  de Sr. Carlos Martins e Nova Aurora e loja de Sr. Quintino. Como foi gratificante “viajar” com Quinha na nossa história. E aprofunda ainda falando que tinha outros cafés inclusive o de Ieda Carlota (in memoriam), o de dona Edésia (mãe de Jairinho ela, porém tinha uma farmácia antes e depois colocou a lanchonete), tinha a de Severino. Porém sabemos que o café de Dona Odete se destacava. Quinha tem propriedade para falar sobre o nosso comércio, pois foi o lugar onde ela cresceu. Inclusive uma das primeiras pessoas a adquirir TV na cidade foi Dona Odete e Sr. Antonio. Quantas histórias. Alguns de seus tios conhecidos por todos nós são Eliziário e Sr. Sinésio, Dona Albertina e Adilzio Alfaiate. 
 
Após descrever esse cenário retornamos a sua história de vida e revela que quando jovem conheceu João Gomes Nogueira, natural de Cajazeiras Paraíba (conhecido como Bosco da COELCE) com o qual casou há 57 anos atrás, teve os filhos: Marcos, Márcia, Mércia (in memoriam), Normeide, Mauro, Raquel, Sessi, e Mateus. Ela diz que os filhos cresceram no comércio, local onde ela morava na Rua Padre Viana. Tem orgulho de seus 10 netos (as).
 
Que alegria ouvir Quinha. Pergunto por que Quinha da Avon? Ela diz: “As vendas, Fafá, ainda hoje vendo, hoje o povo não dá muito cheque a gente, mas quando recebia o povo colocava no verso Quinha da Avon, até hoje se fizer uma feira o supermercado manda deixar em Quinha da Avon, até nesses supermercados novos. Entrei na Avon no ano de 1979, agora vai fazer 40 ano no ano que vem. Eduquei meus filhos e criei meus filhos vendendo Avon. Ainda hoje vendo Avon, saio uma 3 e meia ou 4 horas da tarde, por causa do sol. É uma Terapia pra mim. Perdi Mércia, mas não ia ficar no fundo de uma rede, pois Mércia por ser uma filha boa só precisa de reza. Pois ela sofreu muito. Uma filha boa. Nunca tive problema com meus filhos  e  nem com noras”. 
 
Quinha revela que sempre como revendedora da Avon recebe premiações como Geladeira, Tv, Fogão, Micro-ondas, Sugar, Cama mesa e banho. Fiquei encantada com seus troféus, como uma das melhores vendedoras de Brejo Santo.
 
Quinha é amiga de todos, muito simpática e conhecida por todos de Brejo Santo. Diz que gosta de receber visitas e de ver sua casa frequentada e todos são bem vindos. Diz que suas “andanças” nas casas das clientes e amigas tem muitas irmãs.  Para encerrar Quinha deixa como mensagem de vida para nós: “Uma pessoa assim como eu, eu sou uma pessoa que gosto de todo mundo, sou extrovertida, se você tiver em sua casa eu vou conversar com você, eu saio eu vendo, eu compro, eu saío dali, recebo outra pessoa, recebo dinheiro, não tenho história de fofocas, essas coisas de levar uma história de um canto pra outro e faço amizades e conheço todo mundo. Gosto de festa, de tudo, de viajar”.
 
Obrigada Quinha por sua disponibilidade em contar um pouco da nossa história e da sua história inspiradora para nós mulheres que precisamos de exemplos como seu.