Gênero da Cantoria Nordestina “Brasil Caboco”
Meu Brasil que o violeiro
Traz o retrato na face
Sobre os problemas da classe
No nordeste brasileiro
Não visa muito dinheiro
Mas garante o ganha pão
Se ele falar em milhão
Muitos lhe chamam de louco
Nesse brasil de caboco
De mãe preta e pai João
Brasil que a economia
Não é mais levada a sério
Que o próprio ministério
Erra no seu dia a dia
Quem ganha enorme quantia
Transformou-se em multidão
Usando a corrupção
Enfrentando tapa e soco
Nesse brasil de caboco
De mãe preta e pai João
Meu nordeste que o vaqueiro
Vive aventurando a sorte
Arriscando até a morte
Em caatinga e tabuleiro
Pegando boi mandingueiro
Mandado pelo patrão
Montado no alazão
Por cima de pau e touco
Nesse Brasil de caboco
De mãe preta e pai João
Nordeste que o repentista
Apresenta seus cantores
E é visto em poucos lugares
Como um verdadeiro artista
Raramente uma revista
Lhe faz uma louvação
Ou uma publicação
Sem dele visar um troco
Nesse brasil de caboco
De mãe preta e pai João
Meu sertão que o sertanejo
Da vida pouco desfruta
Mas agrega a sua luta
Uma prova de desejo
O trabalho e o manejo
É a sua satisfação
Nem se lembra de inflação
Ganhando menos que o pouco
Nesse brasil de caboco
De mãe preta e pai João
O Brasil está sem vigia
Do congresso ao senado
Vê-se o mais condecorado
Na mesma cavalaria
Uma grande maioria
Prejudicando a nação
Com salários de milhão
Deixando esse povo louco
Nesse Brasil de caboco
De mãe preta e pai João
Obs.: Apenas algumas estrofes do estilo brasil caboco. Poema feito em janeiro de 1993.
Acrisio Pereira
13/09/2018