quinta-feira, 15 de novembro de 2018

COLUNA DA JACQUELINE - Ó abre alas!


Ó abre alas!


Estes dias estive lendo sobre mulheres que fizeram da sua história ponte para as demais mulheres. Guerreiras, aguerridas, empoderadas.

No texto da semana passada falamos um pouco sobre esta palavra Empoderada. Como sempre publico a página do Blog do Farias no meu face e um amigo com certeza querendo brincar comigo, escreveu nos comentários: e o que é esta palavra mesmo? 

Entretanto um comentário  me chamou a atenção pelo fato de citar nossas mães como mulheres empoderadas no seu tempo, da amiga Elizabeth Martins. E fiquei  a refletir : realmente minha mãe era uma mulher verdadeiramente empoderada. Criou sete filhos sem a a presença  do meu pai que era caminhoneiro e para ajudá-lo nas despesas  ainda costurava e tornou-se uma comerciante de mão cheia.  Minha mãe é exemplo de empoderamento.

Lembro-me quando ela insistentemente nos dizia que mulher nunca deveria depender financeiramente de homem e que deveria ter como meta de vida estudar , trabalhar e depois constituir família. Esse pensamento  para época , com certeza  era vanguardista.

Me remeto a algumas  músicas que nos fazem perceber os avanços da mulher na sociedade atual. 

De Chico  Buarque: Mirem-se no exemplo das mulheres de Atenas ...ou  Todo dia ela faz tudo sempre igual. A música de Mário Lago eternizada por Ataulfo  Alves : Amélia não tinha menor vaidade, Amélia que era mulher de verdade!

Fico pensando se ainda existem tais mulheres ! Ou se existem devem ser poucas, graças a Deus. 

Com certeza Chiquinha  Gonzaga, foi uma dessas pontes, que permitiu as mulheres  encontrar seu lugar na sociedade:  Ó  abram alas que elas vão passar!

Neste universo relembro  as mulheres queimando  sutiãs,  simbolicamente  destruindo qualquer amarra; mulheres que lutaram e lutam   pela equidade e igualdade de direitos sem  perder a ternura.

Ainda há um grande caminho a ser percorrido para que essa equidade e igualdade aconteçam, mas muito já foi conquistado. Muitos paradigmas já foram quebrados.

Lembro-me de um texto de Rubem Alves:  Os sonhos, sendo coisas belas, são coisas fracas. Sozinhos, eles nada podem fazer: pássaros sem asas... São como as canções, que nada são até que alguém as cante; como as sementes, dentro dos pacotinhos, à espera de alguém que as liberte e as plante na terra. Os sonhos viviam dentro de mim. Eram posse minha. Mas a terra não me pertencia.

Mas um dia o inesperado aconteceu. O terreno ficou meu. O meu sonho fez amor com a terra e o jardim nasceu. (...)

Por uma humanidade melhor!

Jacqueline Braga