sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

COLUNA DA HISTORIADORA FÁTIMA ALVES - José Gonzaga Trajano, Gonzaguinha, o mestre amigo.

José Gonzaga Trajano, Gonzaguinha, o mestre amigo.

 

Ao me deparar com a história deste sábio professor, sinto-me mais que honrada em escrever um pouco sobre José Gonzaga Trajano, “nosso” Gonzaguinha. O relato começa quando me encontro com ele na rua e pergunto se ele me cederia um espaço para conversarmos sobre sua vida. E entre sorrisos e conversas, ele aceitou e assim marcamos. Mas vieram outros desafios e ele muito atencioso me envia um relato já escrito pelos alunos da Escola Municipal Maria Heraclides Miranda Tavares sob a orientação da professora Maria da Conceição, com titulo: Personalidade Negra na História de Brejo Santo, o qual me permite ler e editar o histórico.
 
José Gonzaga Trajano conhecido por todos nós como Gonzaguinha, não somente nas escolas, na rua Velha, no comércio, na praça, nas festas, nos encontros de amigos, mas na vida e no dia a dia. Gonzaguinha sempre sorrindo, alegre, cumprimentando os que passam. É o poeta da vida, da nossa história cotidiana, ele não precisa buscar palavras por que sua vida reflete a palavra de sabedoria e bondade.
 
José Gonzaga Trajano nasceu no sitio do Poço do Pau em 22 de fevereiro de 1954, filho do casal Luiz Gonzaga Trajano e Maria Eugênia da Conceição,  tendo como irmãos: Tereza da Conceição Trajano, Luiz Gonzaga Filho (in memoriam) Margarida Maria de Assis. Hoje, com seus 64 anos, revela a juventude em seu espírito, pois da pergunta quem é Gonzaga surge a definição que todos nós conhecemos: “uma pessoa simples, tranqüila, ousado, determinado e amigo”. 
 
A vida de Gonzaga se desenvolve de maneira simples, mas honrada. Sua infância foi dedicada a vida da agricultura, ajudando seu pai para que tivessem uma renda familiar e uma alimentação saudável e adequada. Gonzaga se dedica ao trabalho de agricultura até os seus 17 anos, mas paralelo ao trabalho ele se dedica aos estudos. Foi alfabetizado nas escolas rurais da localidade em que residia, bem com deu inicio ao estudo  primário. No ano de 1966, Gonzaguinha saiu do sitio Poço do Pau e foi morar na localidade de Xique-Xique, e vindo para a cidade de Brejo Santo, deu prosseguimento aos estudos. Gonzaguinha estudou nas escolas: Joaquim Gomes Basilio, começou no segundo ano primário. No ano de 1970 passou no exame de seleção para o Colégio Balbina Viana Arrais concluindo o ginásio no ano de 1973. No ano de 1975, Gonzaguinha não desiste e como ele revela sua determinação, inicia o curso de Contabilidade (relativo ao 2º Grau) no Colégio Padre Viana. Depois de certo tempo, vai morar na cidade do Crato e conclui o curso na Escola Técnica de Comércio das Associações dos Empregados no Comércio do Crato no ano de 1977.
 
Gonzaguinha continua sua vida de estudante e presta vestibular nos seguintes cursos: DIREITO na Faculdade de Direito do Crato; GEOGRAFIA na Universidade Regional do Cariri; AGRONOMIA Universidade Federal da Paraíba. Começa a cursar Direito, porém não tem afinidade com o curso e por questões econômicas não consegue cursar Agronomia, mas cursa Geografia. No ano de 1985, Gonzaga vai ao Rio de Janeiro, na cidade Vassouras e cursa sua pós graduação Lato Sensu na Fundação Educacional General Severino Sombra e conclui no ano de 1986.
 
Gonzaga desenvolve um excelente trabalho DE DOCENCIA como Professor do Movimento Brasileiro de Alfabetização – MOBRAL (1973 a 1975); Professor do Cursinho Genésio Ricarte Costa; Professor do Colégio Padre Viana desde 1974 até os dias atuais; Funcionário da Fundação Padre Ibiapina na cidade do Crato (1975 a 1972) como orientador do curso profissionalizante; apresentou programas educativos na Rádio Educadora intitulado Nossos Caminhos se encontram. Desenvolveu ainda as atividades nos setores Movimento Diocesano de Ativação Comunitária (MODAC) e Escolas de Líderes Rurais (ELIRUR), as atividades envolviam promoção humanas. No ano de 1992 participou do processo político da cidade no cargo majoritário a Prefeito Municipal, tendo uma votação expressiva de 5.000 votos, a que representa 30% de votos válidos, cujo lema da campanha era: “Ousar é preciso”.
 
Continua Gonzaga sua vida, participando da história da cidade e a cidade na história de sua vida conquistando amigos, lecionando e acima de tudo contribuindo para a educação de nossa cidade. Gonzaguinha foi meu professor de matemática e de muitos contemporâneos meus, lembro-me das aulas na Escola Balbina Viana Arrais, aulas criativas que não cansava, pois, tinha a cumplicidade e o companheirismo, não esquecendo o seu papel de educador.  
 
Obrigada Conzaguinha por sua contribuição na nossa história. Gratidão é a palavra certa pelo aprendizado e por ter construído uma imagem digna de exemplo para todos nós.