Ataques no Ceará
A violência na
capital Fortaleza atingiu tal nível, que o governador do Estado,
Camilo Santana, precisou pedir reforço federal. Cerca de trezentos
agentes da Força Nacional devem atuar na cidade durante todo este
mês, fazendo até escolta à frota de ônibus, que têm sido o alvo
principal dos ataques. A isso, somam-se crimes e episódios de
depredação de estruturas públicas.
Toda essa situação,
evidentemente, deixa-nos apreensivos e temerosos. Ela escancara o
somatório da injustiça e da exclusão social, a educação de má
qualidade, o individualismo e o subjetivismo.
Recordo as Campanhas
da Fraternidade de 2005, 2009 e a do ano passado, nas quais a Igreja
no Brasil, fazendo um convite extensivo às igrejas protestantes,
organizações não governamentais, dentre outras instituições,
promoveu, de forma ecumênica, grande projeto de comunhão, de
solidariedade e de paz, porque sabia da urgência que essas três
palavras representavam para a sustentabilidade social.
Queridos ouvintes, o
que está acontecendo não apenas em Fortaleza, mas em todo o país,
também conclama essa mesma união de forças. “Felizes os que
promovem a paz”, disse Jesus. E nós, que somos seus discípulos -
e até mesmo aqueles que não se identificam assim - devemos nos unir
para, juntos, superarmos a violência.
Ao contrário do que
dizem, violência não se combate liberando armas para o “cidadão
de bem”. Isso é abrir brecha para a barbárie. Violência se
combate promovendo a solidariedade e a construção de uma cultura de
paz. Essa paz, por sua vez, não tem nada de sentimentalismo ou de
idealismo. É gesto concreto que deve ser promovido a partir de ações
públicas. Estamos no início de um novo mandado na Assembleia
Legislativa, no Congresso e no Planalto. O momento de propor e cobrar
essas ações, portanto, é agora. Precisamos de uma agenda mínima,
mas inovadora. E a nossa participação é fundamental para garantir
essa agenda.
Que Deus nos abençoe
e nos dê disposição para lutar por um país livre da violência e
da criminalidade. Amém.
* Padre Cícero José é pároco da Basílica de Nossa Senhora das Dores em Juazeiro do Norte-CE.