terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

COLUNA DA DRA. ÁDILA JUSTINO - Curiosidades da pressão arterial em idosos

Curiosidades da pressão arterial em idosos

A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que em 2025 o Brasil tenha mais de 30 milhões de idosos. 
Essa população necessita de um olhar atento dos profissionais de saúde devido a particularidades fisiológicas provocadas pelo envelhecimento. 
Uma atenção especial a técnica de verificação da Pressão Arterial e aos valores obtidos na medida, pois pode ser diferente do esperado no adulto/jovem.
Algumas dessas singularidades são:
- As alterações próprias do envelhecimento tornam o indivíduo mais propenso ao desenvolvimento de Hipertensão Arterial Sistêmica (pressão alta). 
- Pseudo-hipertensão ou Falsa-hipertensão – Devido ao acentuado enrijecimento das artérias pelo envelhecimento, a parede arterial pode resistir à compressão do aparelho(manguito) quando se verifica a pressão e, como consequência, pode-se obter um valor falsamente elevado.
- Buraco ou hiato auscultatório – Consiste na ausência dos sons de Korotkoff durante certo período da determinação da pressão arterial, favorecendo erro de interpretação. 
Enquanto o manguito é desinflado, escutam-se ruídos e sopros, ampliados através do estetoscópio, denominados ruídos ou sons de Korotkoff. 
- Devido a calcificação e endurecimento das artérias, que ocorre com o avançar da idade existe uma tendência de aumento da pressão arterial sistólica (pressão medida quando sangue sai do coração para o corpo) e uma estabilização ou até redução da pressão arterial diastólica (que é a medida da pressão nos vasos sanguíneos nos intervalos entre batimentos cardíacos).
- O idoso apresenta com frequência, uma queda na pressão arterial quando ficam muito tempo em pé, ou levantam-se de maneira brusca, e após grandes refeições. Levando a sintomas como tontura, náuseas, e até mesmo desmaios. Isso se deve a diminuição da sensibilidade do reflexo baroceptor. Os barorreceptores são sensores, localizados nas paredes de alguns vasos sanguíneos. Eles transmitem informações sobre a pressão arterial ao cérebro, afim de corrigir de maneira rápida alterações no valor da pressão arterial.
- Com o passar dos anos, remédios que no início do tratamento da hipertensão eram efetivos, podem aumentar ou diminuir sua potência, devido ao comprometimento de órgãos, como o rim e o fígado, responsáveis pela metabolização de medicamentos.
A variabilidade da Pressão Arterial Sistêmica (PAS) está associada a aumento mortalidade em idosos, o que torna tão importante a visita periódica ao médico assistente, a fim de evitar essas oscilações. 

Dra. Ádila Justino de Lima; Médica graduada Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande – FCM; Pós-graduada em cardiologia pela Faculdade IPEMED-MG. 

Em Brejo Santo atende na Clínica Central Saúde, na Praça Dionísio Rocha de Lucena, número 290. Contatos: (88) 21380115/ 981052232 /998169818.