sábado, 16 de fevereiro de 2019

COLUNA DO MARCOS GOMES - O laranjal de Brasília


O LARANJAL DE BRASÍLIA 


No Laranjal de Brasília
A bagunça está gerada 
Porque o dono da roça 
Está com a pá virada 
Pois sem saber trabalhar 
Está tendo que aceitar 
Pitaco da Meninada

Tem muita gente enrolada 
Nessa roça de laranja
Porque o chefe de tudo 
Desse cultivo não manja 
Homem de boa conduta 
Pra o cultivo dessa fruta 
Dificilmente se arranja

Foi passando a mão na franja 
E esquentando a moleira
O Dono da roça ao ver
Que tinha feito besteira
O Ministro da enxada 
Levou uma bordoada
Do chefe da roçadeira 

Na sombra da laranjeira 
Um dos filhos descansava
Depois de ter enrolado 
Um vendedor que passava 
Ele vendia veneno
E o seu lucro era pequeno
Quando contabilizava 

Ele ainda repassava 
Para o filho do roceiro 
Mais da metade dos lucros
Atendendo o trapaceiro 
Todo vendedor sabia
Que ele sempre exigia
A comissão do dinheiro

Rachadinha o ano inteiro
Era uma prática comum 
O pai sabendo de tudo 
Vendo aquele zum-zum-zum 
Disse meu filho é direito
E tirá-lo desse pleito  
Não vou de jeito nenhum

Achando aquilo comum 
O chefe já foi dizendo 
É inveja desse povo 
Que vive se mal dizendo 
Esse povo é que não presta
Minha família é honesta 
Por isso estou defendendo 

No outro dia correndo 
Uma mulher vi chegar 
Da colheita de laranja 
Querendo participar 
O filho disse eu contrato
Mas quero fazer um trato 
Antes da gente fechar 

Não precisa trabalhar 
Isso não é necessário 
Me dê a sua carteira 
Eu lhe garanto o erário 
Vc não precisa vir 
Mas vai ter que dividir  
Comigo esse seu salário

Sendo assim muito operário 
Participou do esquema 
O Dono da roça finge 
Ignorar o sistema 
E nessa falta de gestão 
Ficou longe a solução 
Desse terrível problema

As consequências do esquema 
Foram logo aparecendo 
Não tendo os cuidados certos
A plantação foi morrendo
Como o chefe não fez nada 
A roça ficou tomada 
De laranja apodrecendo.


Marcos Gomes de Sousa
Poeta, Radialista e Administrador