Parabéns Dona Raimunda, pelos 90 anos bem vividos e por sua contribuição na nossa história cotidiana!
Hoje 08 de março DIA INTERNACIONAL DA MULHER, faço referência a todas as mulheres da nossa querida Brejo Santo em nome da nossa querida: Raimunda Gomes dos Santos. Dona Raimunda é conhecida por todos nós da cidade, a maior parte de sua vida foi dedicada a servir com amor a todos que sempre lhe foram solicitas. Ao perguntar sobre sua pessoa ela diz que nasceu em Brejo Santo e que “Não saí nem um minuto”. Dona Raimunda casou-se com José Rosa dos Santos, uma personalidade também muito conhecida por todos nós. Do casal nasceram os filhos: Francisco Hélio, José ou Dedé (trabalha na MADCAL), Manoel (Senhor), Dalva, Cláudio, Dione e Cícera.
Dona Raimunda vai abrindo o leque de sua história em torno de outras histórias por ela vivenciada no decorrer de 90 anos. Ao perguntar sobre sua infância ela revela: “não tive”, por que sua vida foi dedicada ao trabalho, começou na roça e aos 10 anos de idade veio ajudar na residência do Sr. Aurindo (Filho de Lourenço Gomes) e de Dona Maria Luiza. Com o passar dos anos, nasce Bosco Mendonça (hoje médico na cidade Juazeiro do Norte) e surge entre os dois uma relação filial. Ela diz: “devo a Bosco a minha casa, ele me ajudou muito”. Outra afeição fraternal surge entre Dona Raimunda e Dona Iaiá irmã de Dona Luiza. O oficio de fazer o sequilho foi adquirido com a Dona Luiza. Achei interessante que ela pediu a Dalva que me repassasse a receita. Isso significa que o legado de sequilho não é só de sua propriedade. A simplicidade desse episódio representa sua humildade em ensinar. Pode-se até aprender, mas o jeito único de Dona Raimunda fazer seus sequilhos, é inigualável, ninguém jamais o fará igual.
Paralelo ao trabalho, já casada, Dona Raimunda se dedica na educação dos filhos e estes são pessoas que são reconhecidas em nossa cidade pelos trabalhos desenvolvidos no esporte e na arte, como Dedé que é um atleta de futebol e Francisco Hélio, escritor, carteiro, compositor, poeta e coach executivo que desenvolve um excelente trabalho na cidade de São Paulo. Chico Hélio em seu livro Transformando Farinha em Dinheiro, cita o exemplo da sua mãe: “Desde que eu me entendo por gente, vi minha mãe transformando farinha em dinheiro e, hoje, com mais de 70 anos ela ainda faz seus sequilhos com os mesmos ingredientes”. Ele revela que o produto de sua mãe rompeu fronteiras, outras cidades como Fortaleza, Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro; outros países como Estados Unidos, Canadá e Japão. Conclui: “os sequilhos de Dona Raimunda são feitos com muito talento e muito amor, são muito cobiçados e sua receita já tem mais de um século”. No momento da conversa surge o filho Senhor a qual ela tem uma profunda admiração, pergunto o porquê do nome e ela diz que é por que ele desde cedo gostava de tocar nas panelas dela e ela dizia “Ah, Senhor!” E assim nasceu Senhor, este jovem que hoje também marca nossa história seja no futebol, como nas bandas de músicas em que atuou. Corre na veia artística dos filhos o dom de cantar e deve-se também a ela, que adorava cantar. Ele elogia a mãe que com sua luta diária, criou todos os filhos com dignidade e sabedoria.Depois de anos trabalhados na casa de Dona Luiza, Dona Raimunda se dedica a outra família que é a de Dona Maria e o Sr. Pedro Tavares. Ela e suas irmãs Chiquinha, Vilani foram presenças na vida da família. Atualmente Diva acompanha a família de Sr. Pedro com muito zelo e Carinho. Dona Raimunda também foi ama de leite e uma das suas “filhas” foi Ana Tereza do Super São Jorge. Lembra ainda de Euzébio, que passava as tardes em sua casa, ela o tem como filho.
Hoje Dona Raimunda vive com sua filha Dalva, reside na Rua Coronel Ferraz (Rua Velha), é uma pessoa feliz, sua casa está sempre cheia. O coração de Dona Raimunda é acolhedor, possui vários admiradores, amigos e os filhos do coração.
Parabéns Dona Raimunda pelo seu aniversário! A senhora é uma guerreira, uma heroína do nosso tempo, pois diante dos desafios vividos nestes 90 anos, muito a comemorar e muito ainda para se conquistar.
