quinta-feira, 14 de março de 2019

COLUNA DA JACQUELINE - Quando o copo transborda

Quando o copo transborda
 
Hoje está muito difícil escrever! Colocar no papel os sentimentos!  O que transborda é tristeza, muita tristeza!
Tinha planejado escrever uma crônica cheia de esperança! Iria tomar como mote a formatura de um grupo de alunos do Instituto de Educadores da UFCA. Diante meus olhos vi a educação que sempre busco: mudando vidas, transformando histórias.
Entretanto, não consigo! Diante tantas emoções edificantes vivenciadas naquela noite mágica, surgem os fantasmas de mais uma nova tragédia: a escola de Suzano.
Nesta quarta-feira, desde cedo, não estava me sentindo bem. Mas mesmo assim, fui trabalhar. A demanda da manhã de quarta-feira foi exaustiva. Sentia a mente muito cansada, mas insistia em não deixar abater. Algumas vezes nos revestimos de uma mulher maravilha que não somos!
Já as 14 horas, ainda sem almoço, pois costumo almoçar bem mais tarde, ainda não me sentindo bem , fui responder os e-mails e ofícios pendentes do dia.
Foi quando me dei conta do que acontecera. As redes socias não perdoam. Escancaram as cenas mais chocantes. Quando abri a página de notícias, vi cenas aterrorizantes.  Como já estava fragilizada, foi o suficiente para o copo transbordar. Me senti extremamente mal!
Náusea, tontura, e o corpo gelou! Uma sensação  terrível! Não tive mais condições de trabalhar. Mesmo os colegas insistindo para me levar ao hospital, preferi ir para casa. Com certeza estava precisando apenas descansar a mente e o coração .
Com irmã e sobrinho enfermeiros, verificamos que tive um pico de pressão alta e que baixou subitamente.  Por mais que queiramos ser fortes, chega um momento em que não comandamos a mente e o corpo!
Neste momento lembrei-me das palavras da amiga Lindaura Torres: amiga a vida cobra os nossos descasos com nós mesmas! E é a mais pura verdade!
Hoje estou literalmente de cama! Não por que queira! Mas é necessário. A cabeça ainda pesa, mas me permito colocar no papel o que sinto! Alivia a alma.
E em meio a tantas lutas e noticias tristes recebo um vídeo da amiga Ledian Patricio, de um aluno da Proinfancia Professora Maria Leoneide, enviando um recadinho para sua mãe.  A tristeza deu lugar a esperança e a alma se fortalece com a pureza das crianças.
Finalizo com um trecho da canção de Bethânia:E assim, seja lá como for
Vai ter fim a infinita aflição
E o mundo vai ver uma flor
Brotar do impossível chão
Por uma humanidade melhor!
Jacqueline Braga