Esponjas do Ceará : O que tem no Cariri
As esponjas (Porifera) são importantes constituintes de comunidades bentônicas, distribuindo-se em quase todos os ambientes aquáticos. São animais aquáticos encontrados na Terra há mais de um bilhão de anos. Desempenham vários papéis nestas comunidades, servindo de substrato para colonização, abrigo e alimento para diversos grupos de organismos, colaborando significativamente para a manutenção da biodiversidade. Por serem sésseis e se alimentarem das menores frações orgânicas, as esponjas também são boas indicadoras ecológicas e têm sido sugeridas como biomonitoras de poluição. Além disso, elas produzem diversos compostos bioativos com grande interesse farmacológico, o que agrega a elas um alto potencial econômico. Para o Brasil são conhecidas até o momento cerca de 520 espécies sendo que para o Nordeste, principalmente no Estado do Ceará, existem grandes lacunas de conhecimento que dificultam o entendimento da biodiversidade e da distribuição destas esponjas. Até o momento, já foram registradas 45 espécies de esponjas para o CE, 41 espécies marinhas e apenas 4 de ambientes dulciaquícolas (água doce), sendo que, nenhuma espécie foi registrada para a Região do Cariri Cearense. Atualmente o Professor George Joaquim Garcia Santos da Universidade Federal do Cariri (Campus Brejo Santo) aprovou dois projetos de pesquisa em dois órgãos de fomento, um no CNPq e outro na FUNCAP, com o intuito de inventariar a espongofauna do Estado do Ceará em todos os ambientes aquáticos. Ambos os projetos contam com parcerias de pesquisadores da própria UFCA e de outras instituições no Brasil (URCA, UFPE, UFPB, UFBA e UFRJ) onde amostras de outras regiões poderão ser usadas nas análises taxonômicas para fins comparativos. A priori, campanhas destes projetos já foram feitas no Município de Caririaçú onde quatro espécimes de esponjas dulciaquícolas foram encontradas. Uma pertence a um gênero novo para a Ciência (manuscrito em preparação) e, os outros três, estão em processo de identificação. Caso forem novas espécies, os resultados serão publicados em periódicos internacionais. Por fim, os resultados obtidos desses projetos também serão utilizados no desenvolvimento de trabalhos biogeográficos, taxonômicos e sistemáticos; e serão compilados, publicados e divulgados nos vários segmentos de ensino, pesquisa e extensão.
Por George Santos