segunda-feira, 8 de abril de 2019

COLUNA DO DAVID JR. - É importante escutar as crianças!

É importante escutar as crianças!


Você pergunta como foi na escola? Quais os coleguinhas? O que foi aprendido? Quais as brincadeiras? Você escuta seu filho ou sua filha? Pergunta a opinião da criança em determinadas situações nas quais ela está inserida? Ou não permite isso? Ou acha que não deve fazer isso? Ou “não tem tempo” para isso também? Vamos pensar...

Ao longo dos tempos criamos uma cultura familiar de que “criança não opina” ou que determinado assunto “não é para criança”, e por fezes não percebemos, mas anulamos a fala delas, determinando o silêncio, como se elas fossem incapacitadas de emitir opinião ou que suas ideias não valessem nada. Às vezes pais e familiares chegam a ser grosseiros com seus filhos, mandam que a criança se retire do lugar onde os adultos estão conversando. Claro, devemos concordar que determinados assuntos não devem ser compartilhados com crianças, mas é preciso ressaltar que elas já fazem parte do mundo, e que têm percepções das coisas, mesmo não sendo o que nós esperamos, ou acreditamos. 

Todo adulto gosta de atenção, de ser escutado. As crianças também. Elas adoram ver suas histórias e opiniões serem valorizadas, suas aventuras despertando a curiosidade dos adultos, e principalmente sua criatividade sendo reconhecida. Na maioria das vezes é necessário mesmo entrar no mundo da infância para compreendê-lo. 

“Eu quero dar minha opinião!” – também pensa a criança diante de determinada escolha – da roupa, do que comer, para onde ir, com quem brincar, o que fazer, o que comprar. E deve ser escutado. Entenda, não é que a criança vá “ser cheia de vontades”, é que ela tem suas interpretações sobre as coisas, e precisa expressar o que acredita, elas ainda não perceberam a ideia normativa de que “manda quem pode, e quem paga” – para algumas as coisas não têm preço, e por isso cabe ao adulto orientar sobre o que é possível ou não. 

É importante escutar as crianças, em vários aspectos, em vários contextos, em várias situações. A fala da criança precisa ser respeitada, compreendida, acreditada – com algumas ponderações e orientações, é claro. Mas jamais determinada ou condicionada ao silêncio, que anula, que repreende, que desenvolve o medo e a crença de que sua voz “nada vale”, o que pode levar consequências danosas e caras ao futuro. 

É importante escutar as crianças.

Pense nisso. Uma ótima semana. Até a próxima. 
David Junior
Psicólogo e Professor