quinta-feira, 6 de junho de 2019

Ceará tem chuvas dentro da média, mas regiões apresentam diferentes cenários

FOTO: O POVO.
Com chuvas dentro da média histórica para o período, o Ceará recebeu 676,3 milímetros na quadra chuvosa (fevereiro, março, abril e maio) deste ano — 12,6% acima da normal. 

As precipitações resultaram em um aporte de 2,75 milhões m³ de água no sistema de abastecimento. Alcançando, com isso, 21,46% da capacidade de armazenamento. Apesar de o resultado ser o melhor nos últimos sete anos, as disparidades de aporte entre as regiões se acentuaram. "O que estava bom ficou melhor ainda e quem estava ruim ano passado ficou pior", comparou Francisco Teixeira, secretário de Recursos Hídricos (SRH), durante divulgação do balanço da quadra chuvosa, na última quarta-feira (5).


Chuvas dentro da média não representam aporte significativo no sistema hídrico do Ceará. A região centro-norte continua apresentando relativo "conforto hídrico". As bacias do Coreaú (98,35%), do Litoral (91,46%), do Acaraú (65,57%) e da Serra da Ibiapaba (70,98%) contam com abastecimento garantido por pelo menos dois anos.

"Apesar de ter chovido um pouco acima da média no cenário geral, devido a alta irregularidade espacial das chuvas, nos reservatórios mais estratégicos a realidade não mudou, até piorou um pouco. A água que tem nos reservatórios de Fortaleza dá para um ano, até julho do próximo ano. Se não chover próximo ano, vamos ter problemas", explica o secretário de Recurso Hídricos.

No final da quadra chuvosa de 2018, o Castanhão, maior e mais importante açude do Estado, estava com 8,48%. Atualmente o reservatório soma 5,5%. Dos 155 açudes monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), seis estão secos, 18 em volume morto e outros 72 com menos de 30% de sua capacidade total. Em melhor situação, 42 reservatórios estão com volume acima de 90%. Dos quais 24 estão sangrando. 

"Nessas áreas de situação mais crítica, vamos continuar com todas as ações, perfuração de poços, construção de adutoras e transferência de água", diz João Lúcio Farias, presidente da Cogerh.  


*Da redação do Blog do Farias Júnior, com O POVO