quarta-feira, 26 de junho de 2019

COLUNA DO PROFESSOR PIXOTE - Brasil Colônia

 Brasil Colônia 
BOM DIA. QUESTÕES INÉDITAS Brasil COLÔNIA. 

QUESTÃO O1. Leia o entalhe e o associe à História do Brasil.


Museés Departementaux de la Seine-Mariti-me, Rouen, França Autoria desconhecida (Escola Francesa). A ilha do Brasil: O embarque, corte e transporte do Pau-Brasil. 1530. Carvalhos esculpidos em baixo-relevo: 53 cm x 170 cm x 6 cm e 52 cm x 221 cm x 6 cm. Museés Departementaux de la Seine-Maritime, Rouen, França. IN: BRAICK, Patrícia Ramos; MOTA, Myriam Becho. História: das cavernas ao terceiro milênio: volume único. 4ª ed. São Paulo: Moderna, 2012. p. 260.


A observação da temática do entalhe francês quinhentista permite afirmar que no Brasil, durante o período representado pela obra, a exploração estava centrada : 

( A ) na mineração, já que era a riqueza principalmente almejada pelos colonizadores mercantilistas. 
( B ) na produção agrícola voltada para a exportação, de modo a abastecer o mercado consumidor europeu e viabi¬lizar o lucro aos comerciantes metropolitanos. 
( C ) no extrativismo de riquezas naturais, especialmente do pau-brasil, madeira nobre muito valorizada na Europa por propiciar a construção naval e a geração de pigmento utilizado no tingimento de tecidos. 
( D ) na produção manufatureira, possibilitando o crescimento de setores econômicos que gerassem a saudável concorrência com comerciantes metropolitanos, seguindo os ditames do liberalismo de época. 
( E ) na circulação das denominadas especiarias orientais, que possibilitavam o acúmulo primitivo de capital, durante a primeira fase do capitalismo europeu. 

Gabarito: Alternativa C 
Comentários: É notória, na obra, a representação de indígenas explorando o pau-brasil. A obra retrata a exploração extrativista que vicejou no Brasil, no Período Pré-Colonial, quando Portugal explorava o território brasileiro por meio da concessão do direito de extração, transporte e comercialização de pau-brasil aos burgueses metropolitanos, o que não exigia uma colonização efetiva do território. 

Competência ENEM: 4 – Entender as transformações técnicas e tecnológicas e seu impacto nos processos de produção, no desenvolvimento do conhecimento e na vida social. 

Habilidade ENEM: 18 – Analisar diferentes processos de produção ou circulação de riquezas e suas implicações socioespaciais. 
QUESTÃO O2. Analise a imagem e faça uma correta associação à economia colonial brasileira. 
Coleção Banco Itaú, São Paulo RUGENDAS, Johan Moritz. Moinho de açúcar. 1 litogravura, 19,9 cm x 28,2 cm. Coleção Banco Itaú, São Paulo. IN: BOULOS JÚNIOR, Alfredo. História sociedade & cidadania: volume único. São Paulo: FTD, 2011. p. 349. A gravura de Rugendas retrata uma cena:

(A) comum na vida colonial brasileira, marcada pelo trabalho compartilhado e igualitário entre trabalha¬dores de diversas etnias. 
(B) predominante nas áreas nordestinas litorâneas de ocupação portuguesa, onde ocorria a produção açucareira voltada para a exportação. 
(C) típica da fase inicial da ocupação portuguesa no Brasil, marcada pela não fixação à terra e pela sim¬ples extração de riquezas naturais. 
(D) exclusiva da colonização portuguesa na América, já que esta foi fruto de uma colonização rentável, que buscava a exploração agrícola de exportação. 
(E) cotidiana nos engenhos de cana-de-açúcar, nos quais se adotava exclusivamente da mão de obra de origem africana em todo o processo de produção do açúcar. 
Gabarito: Alternativa B 
Comentários: Portugal não foi uma metrópole europeia que exerceu com exclusividade a exploração agrícola, nos moldes plantation, durante o período colonial americano, já que essa era comum nas colônias inglesas do Sul, em algumas áreas de colonização espanhola e em boa parte das Antilhas, cuja ocupação foi feita por diversas nações europeias. Mas a gravura em questão tinha o objetivo de retratar a produção açucareira brasileira, mais especifica¬mente a fase inicial da pré-manufatura para a produção do açúcar, consubstanciada na moenda da cana para a extração de seu caldo. 

Competência ENEM: 4 – Entender as transformações técnicas e tecnológicas e seu impacto nos processos de produção, no desenvolvimento do conhecimento e na vida social. 

Habilidade ENEM: 18 – Analisar diferentes processos de produção ou circulação de riquezas e suas implicações socioespaciais.

QUESTÃO O3. Observe a imagem e associe-a ao contexto religioso do Brasil Colonial. 


Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro H. Lewis; GRAHAM, Mary. Um senhor fazendo seu escravo beijar a figura de um santo. 1840. 1 gravura. Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro. IN: SIQUEIRA, Sonia. A Inquisição. São Paulo: FTD, 1998. p. 31 (Para conhecer melhor). Baseando-se na ilustração, é correto afirmar que, no Brasil Colônia:
(A) os escravos gozavam de plena liberdade religiosa, nos engenhos de açúcar era permitido o culto às divindades africanas, assim como festas religiosas tipicamente africanas. 
(B) os escravos usufruíam de plena liberdade religiosa, pois nos engenhos de açúcar era permitido o culto às divindades africanas, além da prática de rituais. 
(C) para apaziguar os escravos, os senhores de engenho, assim como os demais proprietários de escravos, estabeleciam a possibilidade de eles cultuarem e festejarem alguns orixás africanos. 
(D) a religião e a fé dos europeus eram impostas aos escravos, pois, para cultuarem suas divindades e celebrarem seus rituais, os escravos sincretizavam os orixás africanos com os santos católicos. 
(E) a conversão dos africanos ao catolicismo foi aceita sem conflitos, o sincretismo religioso foi aos poucos desaparecendo e o culto aos santos católicos prevaleceu sobre as divindades africanas. 

Gabarito: Alternativa D 
Comentários: A ilustração simboliza um dos aspectos da religiosidade colonial no Brasil, o sincretismo religioso. Além das duras condições de vida às quais estava submetida à população escrava, a ela era também proibida a manifestação de suas tradições culturais e religiosas. Ao negro era imposta uma religião tipicamente europeia, estranha ao seu universo cultural. No intuito de preservar sua cultura e religião, o sincretismo religioso serviu como uma alternativa para o escravo cultuar suas tradições, pois minimizava a possibilidade de repressão ideológica ao cultuar publicamente a cultura cristã. 

Competência ENEM: 1 – Compreender os elementos culturais que constituem as identidades. 

Habilidade ENEM: 2 – Analisar a produção da memória pelas sociedades humanas.
QUESTÃO O4. Leia o texto e identifique o papel do senhor de engenho no Brasil Colonial. O ser senhor de engenho é título a que muitos aspiram, porque traz consigo o ser vivido, obedecido e respeitado de muitos. E se for, qual deve ser, homem de cabedal e governo, bem se pode estimar no Brasil o ser senhor de engenho, quanto proporcionalmente se estimam os títulos entre os fidalgos do Reino. Porque engenhos há na Bahia que dão ao senhor quatro mil pães de açúcar [...]. Servem ao senhor de engenho, em vários ofícios, além dos escravos de enxada e foice que tem nas fazendas e na moenda, e fora os mulatos e mulatas, negros e negras de casa [...]. São finalmente necessárias, além das senzalas dos escravos, e além das moradas do capelão, feitores, mestres, purgador, banqueiro e caixeiro, uma capela decente com seus ornamentos e todo o aparelho do altar, e umas casas para o senhor do engenho, com seu quarto separado [...]. ANTONIL, André João (João Antonio Andreoni, S.J). Cultura e opulên-cia do Brasil. 3. ed. Belo Horizonte/ São Paulo; Itatiaia/ EDUSP, 1982. pp. 75 -6. IN: DEL PRIORE, Mary; et. al. Documentos de História do Bra-sil: de Cabral aos anos 90. São Paulo: Scipione, 1997. p. 15, 16 e 17. 

De acordo com Antonil, o senhor de engenho era um título:
(A) a que todos aspiravam na colonização, pois o respeito que inspirava vinha do poder político e da natureza nobiliárquica do título, muito embora os que o ostentassem possuíssem escasso número de escravos, apenas os necessários ao trabalho nas lavouras. 
(B) a que muitos aspiravam, por trazer honra e poder, já que ocupavam posição correspondente aos títulos de fidalgos do reino, o que lhes permitia controlar a vida colonial e ter a seu serviço vários cargos, além de latifúndios. 
(C) preterido ao de capelão, já que esse ostentava larga influência junto aos fidalgos europeus e tinham a sua disposição o direito de pousio em todos os engenhos de açúcar. 
(D) pretendido pelas autoridades fiscais portuguesas, por permitirem o acesso a grandes propriedades urbanas, núcleos da vida social colonial, sustentada pelo uso de expressivo número de escravos. 
(E) respeitado por todos, pois os engenhos de açúcar lhes rendiam uma boa quantia e sua propriedade era cercada de todo conforto, ademais o fato de trabalharem na terra lhes conferia honra e glória. 

Gabarito: Alternativa B 
Comentários:  No Brasil Colonial, ser senhor de engenho era sinônimo de prestígio e honra, título semelhante aos dos fidalgos do reino. O senhor de engenho usufruía de vários benefícios, entre eles os lucros oriundos da produção açucareira, a propriedade de latifúndios, de escravos e o controle da vida social, econômica e política da colônia, visto que todos lhe deviam obediência. 

Competência ENEM: 3 – Compreender a produção e o papel histórico das instituições sociais, políticas e econômicas, associando-as aos diferentes grupos, conflitos e movimentos sociais. 

Habilidade ENEM: 11 – Identificar registros de práticas de grupos sociais no tempo e no espaço.