quarta-feira, 3 de julho de 2019

COLUNA DO PROFESSOR PIXOTE - As férias chegaram, mas não iremos dar trégua aos estudos rumo ao ENEM.



BOM DIA.  AS FÉRIAS CHEGARAM, MAS NÃO IREMOS DAR TRÉGUA AOS ESTUDOS RUMO AO ENEM. COMO SEMPRE, QUESTÕES INÉDITAS COMENTADAS NO MODELO ENEM. UM GRANDE ABRAÇO.
QUESTÃO 01.  Leia atentamente o fragmento de texto selecionado, tendo em vista seus conhecimentos sobre a Ética de Aristóteles:
 
    “Se, pois, para as coisas que fazemos existe um fim que desejamos por ele mesmo e tudo o mais é desejado no interesse desse fim; [...] evidentemente tal fim será o bem, ou antes, o sumo bem.”ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Nova Cultural, 1987. p. 49 (Os Pensadores).
 
    Assinale a alternativa que corresponde adequadamente às ideias da Ética de Aristóteles, como exposto no texto.
 
    (A) O bem a que se refere o fragmento de texto é a vida virtuosa. Ela pode ser considerada o maior bem, porque ao agir virtuosamente alcançar-se-ia uma vida desejável e carente de nada.
    (B) O bem a que se refere o fragmento de texto é a mediania. Ao atingir a mediania nas ações, por meio do hábito, o indivíduo conseguiria atingir uma vida boa e feliz.
 
    (C) O bem a que se refere o texto é a autossuficiência. Quando o indivíduo privilegia seu próprio bem e age de modo que não necessita de outrem, atingiria a autossuficiência e, por conseguinte, uma vida boa e feliz.
 
    (D) O bem a que se refere o texto é a felicidade, ou eudaimonia, para Aristóteles. Todas as ações do sujeito visam atingir a felicidade. Existem outros bens, mas subordinados a esse bem final, que é a vida feliz.
 
    (E) O bem a que se refere o texto é a felicidade, para Aristóteles. Consistia em uma vida carente de nada, em que o indivíduo conseguia realizar suas ações sem depender de outrem, de modo autossuficiente.
 
    Gabarito: D
    Comentários:
    O aluno deve lembrar-se do conceito de eudaimonia ou felicidade, segundo Aristóteles. Para ele, a felicidade era o maior bem que se poderia atingir na vida, e todas as ações que o indivíduo tomasse seriam com vistas a buscar a felicidade. A felicidade traria a autossuficiência que, por definição, seria uma vida desejável e carente de nada. Porém, deve-se lembrar que para Aristóteles o homem era naturalmente inclinado a viver em comunidade.
 
Desse modo, a autossuficiência não passa por uma vida solitária, individualista. As ações do indivíduo deveriam levar em consideração o bem comum. A mediania, também citada nos itens, era o meio pelo qual o sujeito poderia atingir a vida virtuosa, e, por conseguinte, a vida feliz. Ela não é a felicidade em si, mas um meio para atingi-la.
 
    Competência ENEM: 3 – Compreender a produção e o papel histórico das instituições sociais, políticas e econômicas, associando-as aos diferentes grupos, conflitos e movimentos sociais.
 
    Habilidade ENEM: 11 – Identificar registros de práticas de grupos sociais no tempo e no espaço.
   
    QUESTÃO 02.  Leia o documento e identifique o argumento de Thomas Hobbes sobre os motivos que levaram os seres humanos a criarem um Estado. É certo que há algumas criaturas vivas, como as abelhas e as formigas, que vivem socialmente umas com as outras.
 
    [...]. Assim, talvez haja alguém interessado em saber por que a humanidade não pode fazer o mesmo. [...] Primeiro, que os homens estão constantemente envolvidos numa competição pela honra e pela dignidade, o que não ocorre no caso dessas criaturas. [...] Terceiro, que, como essas criaturas não possuem (ao contrário do homem) ouso da razão, elas não veem nem julgam ver qualquer erro na administração de sua existência comum. [...] Por último, o acordo vigente entre essas criaturas é natural, ao passo que o dos homens surge apenas através de um pacto, isto é, artificialmente. Portanto não é de admirar que seja necessária alguma coisa mais, além de um pacto, para tornar constante e duradouro seu acordo: ou seja, umpoder comum que os mantenha em respeito, e que dirija suas ações no sentido do benefício comum.
 
    HOBBES, Thomas. O leviatã ou matéria, forma e poder de um Estado eclesiástico e civil. São Paulo: Abril Cultural, 1974. p. 108 -9. (Coleção Os Pensadores). In: BRAICK, Patrícia Ramos. Estudar história: das origens do homem à era digital. São Paulo: Moderna. 2011. p. 160.
 
    De acordo com o documento, como Hobbes justifica a necessidade do Estado?
    (A) As criaturas vivas podem viver naturalmente por meio de um acordo natural, já o homem é competitivo e usa da razão, podendo julgar a administração, e assim requerera defesa do bem comum, ou seja, o Estado.
 
    (B) Assim como algumas criaturas vivas que vivem socialmente, o homem também pode viver assim, devendo apenas criar um acordo natural, que é socialmente chamado de Estado.
 
    (C) O acordo natural que rege o pacto entre as criaturas vivas é constante e duradouro, podendo acabar com os conflitos humanos, o Estado, portanto, é justificado como algo natural.
 
    (D) O acordo entre os homens é um pacto artificial, sendo necessário algo a mais que garanta o eterno conflito e a eterna competição entre eles.
 
    (E) O homem vive em eterna competição pela honra e pela dignidade, sendo necessária alguma coisa que organize seus acordos para que todos vivam naturalmente como as demais criaturas vivas.
   
Gabarito: A
Comentários:
Thomas Hobbes, em sua obra Leviatã, defendeu a ideia de que os homens, assim com as demais criaturas vivas, viviam em estado natural, entretanto, por ser competitivo e sempre lutar na defesa de seus interesses individuais, este estado natural não era suficiente para garantir e defender os seus interesses, de modo que defendeu que os seres humanos deveriam delegar poder e força a um só homem, o monarca, capaz de lutar por todos, selando um contrato, onde cada um renuncia a seus interesses pessoais em prol do governante, capaz de proteger e defender os interesses de cada um.
Competência ENEM: 5 – Utilizar os conhecimentos históricos para compreender e valorizar os fundamentos da cidadania e da democracia, favorecendo uma atuação consciente do indivíduo na sociedade.
 
Habilidade ENEM: 23 – Analisar a importância dos valores éticos na estruturação política das sociedades.
 
QUESTÃO 03.  Leia a frase de modo a associá-la à teoria política presente na obra de Montesquieu.
 
É uma verdade eterna: qualquer pessoa que tenha o poder tende a abusar dele. Para que não haja abuso, é preciso organizar as coisas de maneira que o poder seja contido pelo poder. MONTESQUIEU. O Espírito das Leis. In: AQUINO, Rubim Santos Leão de et. al. História das sociedades: Das sociedades modernas às sociedades atuais. 32. ed. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1995. p.122.
 
Assinale a alternativa que corresponde às ideias a respeito dos desdobramentos teóricos do argumento presente na frase de Montesquieu.
 
(A) Culminam na defesa de que o poder pode ser controlado  por aquele que o detém, neste caso, é preciso  concentrá-lo de forma a não permitir interferências  no uso do mesmo.
 
(B) Resultam na defesa de que o poder deve ser contido  para não ser usado de forma abusiva, como no  Absolutismo, pois afirmava que somente um monarca  forte é capaz de usar o poder para garantir os direitos de seus súditos.
 
(C) Referem-se à criação da doutrina dos três poderes, que defendia o exercício por pessoas diferentes do poder de legislar, de julgar e de administrar a sociedade, desde que resguardado ao rei o direito de nomear ou demitir livremente seus integrantes.
 
(D) Inspiraram a criação do poder moderador durante o Primeiro Reinado brasileiro, que espelha o sentido geral da obra de Montesquieu.
 
(E) Perfilaram a doutrina dos três poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário, exercidos por pessoas distintas e com finalidades diferentes e complementares, permitindo que cada poder limite a atuação dos demais.
 
Gabarito: E
Comentários: Montesquieu foi um dos ideólogos da Teoria do Estado. Em sua obra O Espírito das Leis (1748) defendeu a independência entre os poderes, de forma que a autoridade governamental estivesse dividida em 3 poderes: o Legislativo, o Judiciário e o Executivo, de modo que cada um pudesse conter o abuso do outro. Para ele, cada país deveria ter uma forma de governo, os grandes países o Despotismo, os médios a Monarquia Constitucional, e a República para os pequenos. No Brasil, D. Pedro I adotou a teoria da divisão dos poderes e anexou a ela o poder Moderador, que garantia ao soberano o controle dos demais, descaracterizando o sentido geral da obra de Montesquieu, pois centralizava o poder nas mãos do rei.
 
Competência ENEM: 5 – Utilizar os conhecimentos históricos para compreender e valorizar os fundamentos da cidadania e da democracia, favorecendo uma atuação consciente do indivíduo na sociedade.
 
Habilidade ENEM: 23 – Analisar a importância dos valores éticos na estruturação política das sociedades.
 
Questão 04.  Leia o texto, atentando para as relações entre valores éticos e política na obra de Maquiavel.
 
Bem sei que cada qual admitirá que seria coisa muito louvável que num príncipe se encontrassem, de todas as qualidades que acima arrolei, aquelas que são julgadas boas. Todavia, visto que não pode possuí-las todas, nem de todo praticálas, dada a condição humana que o veda, o príncipe terá de mostrar-se prudente o bastante para evitar a infâmia daqueles vícios capazes de destituí-lo dos seus domínios e, sendo-lhe possível, precatar-se dos que não chegam a ameaçá-lo desta privação. Faltando-lhe essa possibilidade, ainda poderá, com menores precauções, deixar o barco correr. E  não deverá cessar de incorrer na infâmia daqueles vícios sem os quais dificilmente poderia salvaguardar o Estado, porquanto, considerando-se tudo atentamente, encontraremos algumas coisas que afiguram virtude e cuja observância traria a sua ruína, bem como outras que afiguram vícios e cuja prática lhe conferiria segurança e aprazimento..
 
Para o autor do texto, na política, os valores são
(A) absolutos, de modo que cabe ao príncipe ostentálos, a fim de que seja amado por seus súditos, os quais lhe prestarão obediência.
(B) absolutos, de maneira que deve o príncipe apresentar- se como disciplinador e violento a fim de angariar respeito por parte de seus súditos.
 
(C) relativos, de modo que resta ao príncipe contar somente com a sorte para manter seu poder.
 
(D) relativos, devendo o príncipe apresentar-se como bom cristão para estimular unidades políticas independentes na Idade Moderna europeia.
 
(E) relativos, devendo o príncipe adaptar seu comportamento, de modo a estabelecer a melhor política para manter-se no poder.
Gabarito: E
 
Comentários:
Uma das assertivas do pensamento político de Maquiavel é a ideia de relatividade dos valores diante dos variados contextos que podem orientar a prática dos governantes. Desse modo, distancia-se do pensamento medieval escolástico, especialmente o de São Tomás de Aquino, que afirma ser um bom governante aquele que apresenta as virtudes condizentes com o cristianismo. Para Maquiavel, a mesma atitude pode apresentar-se como virtude ou vício, cabendo ao governante identificar a situação e agir de modo a manter a unidade política do Estado e o poder político.
 
Competência ENEM: 5 – Utilizar os conhecimentos históricos para compreender e valorizar os fundamentos da cidadania e da democracia, favorecendo uma atuação consciente do indivíduo na sociedade.
 
Habilidade ENEM: 23 – Analisar a importância dos valores éticos na estruturação política das sociedades.
 
05. Assinale a alternativa que analisa corretamente os trechos dos documentos históricos abaixo transcritos.
 
Texto I
A respeito da boa constituição dos chefes de uma cidade ou nação, duas coisas devemos considerar. Uma, que todos tenham parte no governo, assim se conserva a paz do povo e todos amam e guardam um tal governo [...]. A outra é relativa à espécie do regime ou à constituição dos governos e tendo estes diversas espécies [...], as principais são as seguintes: a monarquia, onde o chefe único governa, segundo o exige a virtude; a aristocracia é o governo dos melhores, na qual alguns poucos governam, segundo o exige também a virtude. Ora, o governante mais bem constituído, de qualquer cidade ou reino, é aquele onde há um só chefe, que governa segundo a exigência da virtude e é superior a todos. [...] contudo esse governo pertence a todos, quer por poderem os chefes serem escolhidos entre todos, quer também por serem eleitos por todos.
 
AQUINO, Tomás de. Suma Teológica, II. II, q. 105, 1. Costa & De Boni, op. cit., p. 1902. In: PEDRERO-SÁNCHEZ, Maria Guadalupe. História da Idade Média: textos e testemunhas. São Paulo: Unesp, 2000. p. 213-214.
 
Texto II
Resta ver agora como deve comportar-se um príncipe com os súditos ou com os amigos. [...] sendo minha intenção escrever coisa útil, destinada a quem por ela se interessar, pareceu-me mais conveniente ir diretamente à efetiva verdade do que comprazer-me em imaginá-la. Muita gente imaginou repúblicas e principados que jamais foram vistos ou de cuja real existência jamais se teve notícia. E é tão diferente o como se vive do como se deveria viver, que aquele que desatende ao que se faz e se atém ao que se deveria fazer aprende antes a maneira de arruinar-se do que a de preservar-se. Assim, o homem que queira em tudo agir como bom acabará arruinando-se em meio a tantos que não são bons. Daí ser necessário a um príncipe, para manter-se, aprender a não ser bom, e usar ou não usar o aprendido, de acordo com a necessidade.
 
MAQUIAVEL, N. O príncipe. São Paulo: Editora Cultrix, 1999. p. 101.
 
(A) Os autores dos dois textos defendem a centralização absolutista do poder político.
 
(B) Enquanto o primeiro autor argumenta que a aristocracia é a forma ideal de governo, o segundo defende a centralização do poder político nas mãos de uma única pessoa.
 
(C) Embora o primeiro autor defenda que a monarquia é a melhor forma de governo, afirma também que tal regime representa a participação de todos no poder, já que o rei é escolhido pelo povo. Desse modo, o povo espera do governante que atue de forma eficaz, com o objetivo maior de manter o poder que lhe foi confiado.
 
(D) Os autores aceitam como válida a forma monárquica de governo, muito embora para o autor do primeiro texto o rei deva governar de forma virtuosa, o que significa dizer de acordo com os valores cristãos, enquanto o segundo argumenta que, para se manter no poder, o rei necessita aprender a não ser bom quando isso se faz necessário.
 
( E ) O autor do primeiro texto representa o imaginário religioso europeu, já que considera que o rei deve ser acima de tudo bom, virtuoso, no exercício de seu poder, enquanto o autor do segundo texto argumenta que a principal virtude de um rei é a capacidade de adequar sua conduta ao contexto em que governa.
 
Alternativa: D
A) Incorreta. Maquiavel defende a centralização política nas mãos do monarca, porém São Tomás de Aquino argumenta que, embora seja a monarquia a melhor forma de governo, e o rei a autoridade política superior, este somente governa porque foi escolhido por todos, de modo que sua função é conduzir a política que a todos afeta virtuosamente, o que quer dizer de acordo com as qualidades esperadas de um governante cristão, cujo objetivo é comandar a sociedade rumo à salvação.
 
B) Incorreta. Como se depreende do texto, Tomás de Aquino sustenta que a melhor forma de governo é a monarquia.
 
C) Incorreta. O equívoco da alternativa se refere ao objetivo do governante, que não é o de lançar mão dos meios necessários para manter-se no poder, como argumenta Maquiavel, mas o de conduzir a sociedade à salvação, promovendo políticas que visam à obtenção do bem comum.
 
D) Correta. Ambos defendem a monarquia, mas, para o primeiro, o bom governante deve encarnar os valores do cristianismo, sendo virtuoso, enquanto para o segundo a virtude do governante consiste precisamente em saber agir conforme as circunstâncias, com o fim maior de manter-se no poder.
 
E) Incorreta. Maquiavel critica a tese segundo a qual o governante deve ter um conjunto de virtudes previamente definido para ser considerado bom, ideia esta defendida por Aquino ao afirmar que o chefe de uma nação deve ser virtuoso. Maquiavel sugere que os valores são relativos e que o bom governante deve saber não ser bom quando isso se fizer necessário.
 
Competência de área 3: Compreender a produção e o papel histórico das instituições sociais, políticas e econômicas, associando-as aos diferentes grupos, conflitos e movimentos sociais.
 
Habilidade 12: Analisar o papel da justiça como instituição na organização das sociedades.
 
QUESTÃO 06.  RESPOSTA DO REI AO PARLAMENTO DE PARIS, NA SUA SESSÃO DE 3 DE MARÇO DE 1766.
 
É somente na minha pessoa que reside o poder soberano... é somente de mim que os meus tribunais recebem a sua existência e a sua autoridade; a plenitude desta autoridade, que eles não exercem senão em meu nome, permanece sempre em mim, e o seu uso nunca pode ser contra mim voltado; é unicamente a mim que pertence o poder legislativo, sem dependência e sem partilha; é somente por minha autoridade que os funcionários dos meus tribunais procedem, não à formação, mas ao registro, à publicação, à execução da lei, e que lhe é permitido advertir-me o que é do dever de todos os úteis conselheiros; toda a ordem pública emana de mim, e os direitos e interesses da nação, de que se pretende ousar fazer um corpo separado do Monarca, estão necessariamente unidos com os meus e repousam inteiramente nas minhas mãos.
 
FLAMMERMONT; TOURNEUX. “Advertências do Parlamento de Paris no século XVIII”. In: FREITAS, Gustavo de. 900 Textos e Documentos de História – Vol. II. Lisboa: Plátano Editora, 1977. p. 201 – 2. In: PEDRO, Antonio. História Geral: 2º grau. São Paulo: FTD, 1988. p. 151.
 
Qual argumento é usado pelo rei na defesa de seu poder?
(A) Todo poder emana do rei, portanto, o Parlamento deve se submeter a sua pessoa, entretanto os interesses da nação são superiores ao poder real, de modo que o Monarca abre mão de seu poder na defesa da Nação.
 
(B) O rei adverte a todos que o poder soberano reside na sua pessoa, que os tribunais lhe pertencem e servem a sua autoridade, entretanto o Parlamento pertence à ordem pública, superior ao seu poder, de modo que a ele se submete.
 
(C) Os tribunais, segundo o rei, recebem dele a sua existência e a sua autoridade e a exercem em seu nome, e nunca podem se voltar contra ele, com exceção de casos em que ocorre o abuso de poder, nos quais os tribunais podem atuar com autonomia.
 
(D) O rei adverte a todos que o poder soberano reside na sua pessoa, que os tribunais lhe pertencem e servem a sua autoridade, já que os direitos e interesses da nação estão unidos aos interesses do rei.
 
(E) Todo poder emana do rei, a nação, entretanto é superior a ele, de modo que seu poder deriva da defesa dos interesses nacionais, salvaguardados pelo Parlamento, órgão com poder deliberativo donde emanam as leis do reino
Gabarito: D
 
Comentários:
O regime absolutista de governo foi uma consequência direta do processo de centralização do poder político oriundo da formação das Monarquias Nacionais europeias; a partir dos séculos XVI e XVII pensadores justificaram e legitimaram o poder autoritário do Estado, tais como os franceses Jean Bodin e Jacques Bossuet, que justificaram a autoridade real por meio da argumentação religiosa: o rei o é, por vontade divina, ele foi escolhido por Deus e ungido por ele para exercer a autoridade, e esta autoridade é divina, não há poder sem a vontade de Deus, de modo que qualquer restrição à autoridade real é um sacrilégio. O Monarca reina acima de todos e de tudo, como adverte o rei ao parlamento francês, no documento transcrito.
 
Competência ENEM: 3 – Compreender a produção e o papel histórico das instituições sociais, políticas e econômicas, associando-as aos diferentes grupos, conflitos e movimentos sociais.
 
Habilidade ENEM: 12 – Analisar o papel da justiça como instituição na organização das sociedades.