quinta-feira, 31 de outubro de 2019

COLUNA DA JACQUELINE - O livro dos abraços.

O livro dos abraços. 


Nestes últimos dias reli um livro que há muito tempo nem sequer via. Sempre que estou em centros  maiores, principalmente em shoppings, gosto de livraria. O cheiro dos livros me faz muito bem. Por incrível que pareça mais que os cheiros de roupas e calçados.

O livro é : O livro dos abraços do grande escritor Eduardo Galeano de 2002. Esse livro fazia parte de meu pequeno acervo literário. Mas  livro só tem sentido se for folheado por muitas pessoas. E assim vou emprestando e com certeza ele deve estar com alguém que precisa mais dele do que eu.

Fazendo uma pesquisa no google me deparei com  ele, meu amigo desaparecido. Não pestanejei em fazer um download. Comecei a leitura. E é tão surpreendente o mundo das letras, que vamos correlacionando a história do livro com as nossas memórias afetivas. É como se voltássemos no tempo. Tudo o que é belo deseja uma repetição, como bem diz Rubem Alves.

Ainda não acabei a leitura. Estou me dando o prazer de desfrutar cada título com a visão que tenho hoje do mundo. O que só a maturidade  nos pode proporcionar. Digo maturidade e não idade, porque uma coisa não está intrinsicamente ligada a outra. Lembro-me de uma frase que minha mãe dizia: Há pessoas que fica podre e não amadurece. E é bem assim!
O primeiro titulo:  O mundo 

Um homem da aldeia de Neguá, no litoral da Colômbia, conseguiu subir aos céus. Quando voltou, contou. Disse que tinha contemplado, lá do alto, a vida humana. E disse que somos um mar de fogueirinhas. — O mundo é isso — revelou —. Um montão de gente, um mar de fogueirinhas. Cada pessoa brilha com luz própria entre todas as outras. Não existem duas fogueiras iguais. Existem fogueiras grandes e fogueiras pequenas e fogueiras de todas as cores. Existe gente de fogo sereno, que nem percebe o vento, e gente de fogo louco, que enche o ar de chispas. Alguns fogos, fogos bobos, não alumiam nem queimam; mas outros incendeiam a vida com tamanha vontade que é impossível olhar para eles sem pestanejar, e quem chegar perto pega fogo.

E fico a matutar! Que tipo de fogueira sou? Ou melhor, que tipo de fogueira estou sendo?
Você  já pensou nisso caro leitor?
Somos o que fazemos, mas somos, principalmente, o que fazemos para mudar o que somos. ( Eduardo Galeano)

Por uma humanidade melhor!
Jacqueline Braga