sexta-feira, 22 de novembro de 2019

Com saldo de 3,4 mil vagas, Ceará foi o 7º que mais gerou empregos no Brasil.

A geração de empregos formais no Ceará teve saldo positivo pelo quarto mês seguido em 2019. De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia, em outubro, 34.147 admissões e 30.651 demissões geraram saldo positivo de 3.496 vagas abertas. No acumulado do ano, já são 8.870 postos de trabalho criados. O resultado do último mês coloca o Ceará como o sétimo estado do País em contratações com carteira assinada.


Vale ressaltar outros pontos no resultado, como a Região Metropolitana de Fortaleza ocupando a quinta colocação em saldo de empregos entre as nove maiores regiões de metrópoles do País, com 1.411 vagas. O interior do Estado gerou saldo de 2.085 postos de trabalho, também o quinto melhor desempenho do Brasil entre as cidades fora do eixo metropolitano.

Outubro tem se notabilizado por ser um mês positivo para a geração de empregos formais. No Ceará, após saldos negativos em 2015 e 2016, já se formam três anos de resultados mensais positivos em início de quarto trimestre.

Segundo o vice-presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Ceará (Ibef-CE), Luiz Eduardo Barros, com o aumento da empregabilidade no mercado formal, aqueles que até então estavam sem renda, passam a comprar e gerar demanda aos setores de produção, fazendo com que a economia reaqueça.

Analisando o quadro de desemprego expresso pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que aponta para uma taxa de desocupação de 11,3% no último trimestre no Ceará, com mais de 461 mil desocupados até setembro, Luiz Eduardo ressalta que o Brasil passa por um momento de transformação com o início da aprovação de reformas. "Ainda não conseguimos voltar aos níveis desejados, mas o quadro está melhorando".

Em outubro, os desempenhos setoriais que puxaram o resultado mensal foram os setores de serviços, com 1.157 vagas abertas, da indústria de transformação ( 1.047) e de comércio ( 961). No ano, o setor de serviços já empregou 10.717 novos trabalhadores formais. Já a construção civil foi a única com resultado negativo no mês (-96) e fechou os dez primeiros meses do ano com fechamento de 2.363 postos de trabalho.

O fundador do Laboratório de Estudos do Trabalho e Qualificação Profissional da Universidade Federal do Ceará (Labor-UFC), Eneas Arraes Neto, destaca que o resultado chega a ser surpreendente pelos números obtidos pela indústria, já que o comércio - à espera das vendas de fim de ano - e serviços - com a chegada da alta estação - têm números já aguardados.

O pesquisador do Labor-UFC afirma que "a boa gestão pública no Estado atrai os investidores, principalmente estrangeiros" conquistados pelo baixo nível de endividamento, que permite investimentos estruturais. Para Arraes Neto, esse processo deve ser difundido ainda mais com as ações de articulação promovidas pelo Consórcio Nordeste, que reúne governadores da região.

"O Ceará é um exemplo nacional de boa governança e ao oferecer melhores condições de negócios com os parceiros, temos melhor cenário", avalia. 

Quando são observados os resultados do mês de outubro desde o início da série histórica, em 1992, 2019 aparece como o 14º melhor resultado dentre o total de 28 anos. O pior aconteceu em 2015, quando o saldo foi de fechamento de 4.787 vagas. O melhor foi em 2009, quando o saldo positivo foi de 11.044 postos de trabalho.

O saldo de empregos entre os municípios no acumulado do ano mostra o município de Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza, como a que mais gerou emprego, com saldo de 1.981 vagas. Isso coloca a cidade como a 76ª do País. O pior resultado fica com Sobral, na Região Norte, com salde de 2.181 demissões. Isso deixa a cidade como a 5.654ª do País nesse ranking.


*Da redação do Blog do Farias Júnior com dados do OPOVO