sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

COLUNA DA HISTORIADORA FÁTIMA ALVES - Filomena Olivia de Araújo, Filó.

Filomena Olivia de Araújo, Filó
Nossa história cotidiana vem retratar e homenagear uma pessoa que admiro muito, a nossa querida Filó da comunidade do Deserto. Filó representa a força da mulher nordestina, destemida e que enfrenta qualquer desafio. Representa ainda os professores que nunca fugiram à luta na arte de educar. 

Filomena Olivia de Araújo nasceu no dia 07 de julho de 1952, filha do casal José Félix de Sousa e Olivia Filomena de Sousa. Filó vem de uma família numerosa de 9 irmãos: Beliza, Vilani, Luís (in memoriam), Antônio (in memoriam), Jocel (in memoriam), Francilene, e Cilene.  Filó nasceu no Sitio DESERTO, localidade onde viveu toda sua infância e relata que sua esta foi boa, pois foi onde nasceu e se criou. Pergunto a Filó como era a comunidade do Deserto na sua infância e juventude e ela responde: “Antigamente o Deserto era deserto mesmo, não tinha energia e nem água encanada, era dos cacimbões mesmo que se puxava a água na corda, carretel”. O nome deserto vem justamente por isso. Hoje já não é mais Deserto, parece uma cidade, são 67 anos de vivência e de história contada de perto. Filó diz que para que as pessoas viessem à o Brejo Santo não era fácil, vinham a pé, à cavalo, saiam as 4 horas da manhã, chegavam em Brejo Santo o sol começando a raiar, sem horário para voltar. Na maioria das vezes vinham pra feira no sábado e voltavam pra casa a tardinha, no percurso de volta todos conversando.

Filó diz que os jovens daquela época eram diferentes de hoje, mas infelizmente brincou pouco e trabalhou muito de roça. Casou-se com Cicero Prudente de Araújo, com o qual tiveram 10 filhos: Célia, Ceilda, Celma, Civaldo, Marciano, Cicero Márcio, Israel, Ezequiel, Adriano, criou todos no deserto e as infelizmente dois faleceram já adultos e ainda criou 3 netos.

Filó marca a época em que as professores ensinavam em Escola Isolada ou sala isolada, ela começou sua docência no ano de 1979. Lembra que foi no governo municipal de Mauro Leite (in memoriam) período em que a Escola Isolada foi fundada. Diz que tudo era muito bom, ensinava na sala ou às vezes embaixo do pé de juá. Nestes anos as datas comemorativas eram festivas com a participação de todos, o dia das crianças por exemplo ela usava a antiga radiola para animar com as canções infantis. Filó Passou por vários governos municipais, desde Mário Leite (in memoriam) e vai citando Juarez Leite Sampaio, Dr. Welington (in memoriam), Chico Furtado, Dr. Wider, Arônio, Guilherme Landim e atualmente Dra. Teresa Landim, pois, ainda leciona a Educação de Jovens e Adultos motivo de orgulho em não perder o amor pela educação. O prédio escolar foi fundado na Gestão de Dr. Welington Landim (in memoriam) e que hoje atende as crianças da Escola José Francisco Nogueira. Ensinava todas as disciplinas e as salas de eram multisseriadas. 

Filó não atuou apenas como professora na comunidade, mas como Diretora e coordenadora da Escola, Presidente da Unidade Executora. Na gestão de Dr. Welington Landim (in memoriam) ela foi a protagonista como Diretora um cargo confiado por ele, Filó é uma líder, sempre em busca de ações pela educação. Atualmente agradece os que juntos contribuíram no crescimento da educação e que Brejo Santo hoje é uma cidade desenvolvida e que a Dra. Teresa como primeira mulher prefeita merece nosso reconhecimento. 

Filó se debruça sobre a vocação de ser professora quando diz “SOU APAIXONADA PELA EDUCAÇÃO”. Filó merece nossa gratidão, nossa homenagem por contribuir de forma formidável na Comunidade do Sitio Deserto como pessoa e como profissional.