quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

COLUNA DA JACQUELINE - Assim caminha a humanidade .

Assim caminha a humanidade.


Impossível não ficar estarrecida. Nove jovens morrem pisoteados num baile funk  na comunidade de Paraisópolis – São Paulo.
Por mais que tentem amenizar  essa  tragédia  é estranho para qualquer humano concebê-la como algo corriqueiro.
Alguém pode dizer: Mas Jacqueline, todos os dias morrem milhares de jovens nas mais trágicas situações. 
E fico a questionar: encurralados e pisoteados?
É demais para o meu coração que teima em  acreditar na humanidade.
Aqui não abro questionamentos para culpados.  O que importa mesmo é o fato macabro. Que sociedade é essa? Que sistema é esse?  Que alimenta preconceitos, que não dialoga, que nunca chega ao cerne das questões, dos conflitos. Que apagam as tragédias da história, como se fossem filmes com finais trágicos? Nos emocionamos  naquele momento, depois passa.
As pessoas tornaram-se escravas da mídia, do trabalho, da moda, do padrão de beleza, das redes sociais.
Aprendi  que a humanidade é definida pela bondade, pela capacidade de agir corretamente, ser coerente, ser compassivo.
Mas será que é isto que estamos vivenciando? Um pensador afirma que a história é cíclica, e estamos regredindo novamente a um estado grotesco e de seres brucutus.
Não aceito esta ciclicidade. Teimo em acreditar que precisamos reaprender a viver em sociedade. Reaprender a amar.
Papa Francisco alerta:  Quando o homem perde a sua humanidade, o que nos espera? 
E responde:  uma política, uma sociologia, uma atitude do descartável. Descarta-se o que não serve porque o homem não está no centro. E quando ele não se encontra no centro, significa que no centro há outra coisa e que o homem está ao serviço dela.
E exorta:  Para salvar o homem, no sentido de que volte ao centro  da sociedade, dos pensamentos, da reflexão, é preciso que levemos  o homem, outra vez, para o centro.
O compositor Lulú Santos  poetisa: Assim caminha a humanidade. Com passos de formiga e sem, sem vontade.
E o filósofo Rubem Alves inspira:
Sem a Educação das Sensibilidades, todas as habilidades são tolas e sem sentido. Os conhecimentos nos dão meios para viver. A sabedoria nos dá razões para viver.

Por uma humanidade melhor!
Jacqueline Braga