Após ser preso na terça-feira (3) suspeito de atrapalhar as investigações sobre a execução do prefeito de Granjeiro, João Gregório Neto, o tio do atual gestor do município, José Plácido da Cunha, foi transferido, nesta quinta-feira (5), de Fortaleza para o Crato, onde prestou depoimento, e depois foi levado para a cadeia pública de Juazeiro do Norte. Segundo as investigações, Plácido estava orientando testemunhas do caso, e também é dono de uma picape usada no crime.
“A defesa está tomando as medidas jurídicas cabíveis. O depoimento que nós acabamos de acompanhar é um depoimento formal, ele ratifica todas as informações anteriormente prestadas. Se colocando, como sempre se colocou, à disposição do Poder Judiciário. Será encaminhado à Cadeia Pública de Juazeiro do Norte onde aguardará e ficará à disposição do juiz de Caririaçu aguardando a designação da audiência de custódia que deve ocorrer nesses próximos dias”, informou a defesa de Plácido.
A comprovação da propriedade do veículo utilizado no dia do assassinato de João Gregório, na véspera de Natal do ano passado, 24, no município de Cariri, foi realizada a partir das investigações do inquérito policial, conforme o diretor do Departamento de Polícia do Interior Sul (DPI-Sul), Ricardo Pinheiro.
Contudo, José Plácido havia afirmado que o carro foi emprestado, na época da execução, para o sobrinho e o irmão, Vicente Felix de Souza, que utiliza uma tornozeleira eletrônica por suspeita de participação no assassinato.
“Houve a comprovação, por meio do inquérito policial, que o veículo, modelo Chevrolet S10, de propriedade do suspeito preso na terça (3), foi utilizado como uma forma de apoio ao carro utilizado pelos executores na fuga do crime. A gente provou que os veículos andaram em comboio, juntos, após a execução, por meio de câmeras de segurança da região. Ele afirma, contudo, que emprestou o veículo ao sobrinho e irmão, pai do atual prefeito”, informou o diretor do DPI Sul.
INTERFERÊNCIA NO CASO
De acordo com Ricardo Pinheiro, a prisão de José Plácido foi de extrema importância, já que o suspeito estaria interferindo nas investigações da Polícia Civil. “A prisão é muito relevante, pois temos, nos inquéritos, provas de que o indivíduo estava atrapalhando as investigações, orientando testemunhas”, relatou o agente.
Conforme o delegado geral da Polícia Civil, Marcus Vinicius Sabóia Rattacaso, apesar dos indícios do inquérito levantarem a motivação política como uma das linhas de investigação, é necessário ter cautela para que toda a ação seja concluída e encaminhada à Justiça. Ele informou ainda que, além das prisões, as apreensões de equipamentos eletrônicos realizadas nos mandados são responsáveis por auxiliar nos desdobramentos do caso.
“Em toda fase, ocorre a apreensão de equipamentos eletrônicos, celulares e computadores. Os equipamentos eletrônicos de José Plácido foram apreendidos e as fases subsequentes acontecem a partir das informações que extraímos desses equipamentos, para que a teia criminosa e toda a arquitetura do crime sejam investigadas e concluídas”.
“O material foi apreendido ontem e será encaminhado para a perícia técnica, para que os dados sejam extraídos e nossos policiais analistas, da inteligência, possam concluir essas informações e subsidiar novas ações dentro do procedimento policial”
*Da redação do Blog do Farias Júnior, com Cariri Ceará.