sábado, 25 de abril de 2020

Em relato de Moro juristas veem até 7 crimes e razão para investigar Bolsonaro.

Em relato feito na última sexta-feira (24) pelo ex-ministro da Justiça Sérgio Moro,  juristas ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo detectaram a prática de sete delitos, razão suficiente para investigar o presidente Jair Bolsonaro. Um deles, o constitucionalista Miguel Reale Jr, um dos autores do pedido de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e ex-ministro da Justiça do governo Fernando Henrique Cardoso, disse que chegou o momento de pedir o impedimento do presidente.

"Sem a menor dúvida é o caso de pedir o impeachment dele. Essa revelação do Moro mostra que o presidente não conhece a esfera da Polícia Federal. Eu fui ministro da Justiça e nunca interferi em um inquérito. Ele querer ter acesso e acompanhar os inquéritos é uma afronta ao Poder Judiciário", afirmou Reale Jr., ressaltando, porém, que, dessa vez, não pretende apresentar um pedido de impedimento.

Para a desembargadora Ivana David, do Tribunal de Justiça de São Paulo, o relato de que o presidente tentou influenciar investigações sobre organização criminosa é suficiente para que seja enquadrado por obstrução de Justiça.

Além disso, ela enxerga ainda nos fatos descritos por Moro os crimes de falsidade ideológica, advocacia administrativa, prevaricação, corrupção e incorreu ainda em crime de responsabilidade, todos suficientes para configurar quebra de decoro no exercício do cargo.

Segundo ela, tanto no caso da obstrução quanto no da falsidade ideológica será necessário provar o dolo, a intenção de se cometer os crimes. Subprocuradores da República ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo enxergam ainda mais um possível crime de Bolsonaro: coação.

*Da redação do Blog do Farias Júnior com dados do OPovo.
Para ler a  matéria original, clique aqui