segunda-feira, 25 de maio de 2020

COLUNA VERTEBRAL - A máquina do tempo.

A máquia do tempo.

Eu decidi escrever, percebi que era preciso me ouvir. Eu decidi ler o que escrevo, às vezes eu converso com o passado e ele me ajuda a entender o presente, que é um grande presente. Eu sei que não é bom ficar lamentando ou romantizar a saudade, mas tem dias que não dá, né? Tem dias que a saudade me acorda e me ajuda lembrar o que às vezes eu quero esquecer.

Às vezes eu só queria entrar nesses carros do GTA e dirigir pra qualquer lugar, às vezes eu queria subir numa grande montanha e beber 1 litro de chá Matte, às vezes eu só queria conversar com velhos - Às vezes? na verdade ainda quero. Eu queria saber como faz pra voltar e pedir desculpa . Então vamos, me leve pra um lugar sem Wi-fi, me leve para lugares pequenos para que eu possa descobrir coisas grandes, não há nada que você já saiba tudo. Eu queria explorar, descobrir mundos e pessoas, eu queria experimentar uma sopa indígena no Hawaí, eu queria saber conversar mais com você . 
Eu queria encontrar a máquina do tempo, pular algumas fases, ou eu queria apertar aquele botãozinho da lâmpada em que a gente pede alguma dica pra poder passar. - Qual é problema? - São tantos, por exemplo, eu não consigo amarrar os sapatos direito, os cordões sempre ficam grandes e enquanto eu ando sempre piso e desamarro.
Às vezes eu tenho preguiça de colocar o cinto de segurança esperando que Deus me segure quando o carro frear. Eu queria que o controle da TV funcionasse pra eu poder pausar só um pouquinho, é rapidinho, só queria olhar do alto, ver as pessoas, - Eu não sei porque elas acham ruim quando eu fico olhando. Eu tenho um problema, mas não quero te contar (é porque eu não sei como fala) . Eu queria que meu nariz funcionasse pra eu poder sentir o cheiro dos problemas, mas tudo bem se ele não quer, é só colocar as músicas no modo aleatório.
Eu escrevo coisas confusas e só porque ninguém me conhece ficam me julgando, eu escrevo o que sai do meu cérebro, eu consigo colorir o branco dos seus pensamentos - E pensamento tem cor? Sabe o que eu queria? Encontrar a máquina do tempo, roubar o tempo e guardá-lo numa caixa bem grande pra ele não fugir, a gente corre tanto e eu nem me alonguei ainda, por isso sinto câimbra. Aí tenho que parar e esperar a dor passar pra voltar a correr.
Quando a gente é jovem corre atrás do tempo e quando é velho corre pra ajudar na circulação do sangue. Eu sou jovem e corro atrás da circulação dos meus pensamentos. A minha cabeça dói. Eu leio tudo isso que escrevo e dá vontade de jogar fora, parece tudo uma baboseira, com apenas um clique eu consigo te apagar ou te colocar na minha área de trabalho. Eu parei, tinha que atravessar a rua, mas eles esqueceram de pintar a faixa de pedestre. - Você já brincou de pisar só na listra enquanto atravessa? - Atravessar é um perigo, mas não tem problema se divertir enquanto atravessa. Eu tô bem, só queria um docinho depois do almoço.