sexta-feira, 19 de junho de 2020

COLUNA DA HISTORIADORA FÁTIMA ALVES - Parabéns aos 60 anos de existência da Caldeira do Inferno.


Chico de Sinésio
No mês de fevereiro de 2020 conversei como Sr. Chico de Sinésio, sexta feira de carnaval, foi um diálogo muito animado e proveitoso. Gostaria assim de relembrar esse momento fazendo jus ao protagonista da CALDEIRA DO INFERNO.



Nossa história cotidiana é assim, feita do hoje, enriquecida pelo passado e projetada para o futuro. Muitas pessoas me perguntavam se já havia falado com o Sr. Chico de Sinésio. Eu dizia que haveria um momento oportuno, visto que meus amigos escritores e historiadores Fatima Teles e Miran Basílio já haviam feito esse registro com muita maestria, inclusive nosso amigo Farias Junior. Mas chegou o dia, e trago com muita alegria essa personalidade que merece nosso respeito Francisco Gomes Feijó, filho de SINESIO GOMES DE SANTANA E ERONDINA FEIJÓ DE MEDEIROS, seus irmãos e irmãs Maria Eneida Gomes (in memoriam) mãe de Adjan, Eunice (morreu criança), Inês, Antônio Feijó (in memoriam), Maria do Socorro Gomes de Miranda, José Gomes Feijó, Maria de Fátima Gomes Feijó, Sônia Maria Gomes. 



Casado há 57 anos com Francisca Teles Feijó com a qual teve quatro filhos: Francisco Gilberto Teles Feijó (primogênito), Maria das Graças Teles Feijó, Pedro George Teles Feijó e Sinésio Gomes Neto. Vive com simplicidade, honrado e amado por todos, sempre está presente nos acontecimentos religiosos da nossa cidade bem como cidadão que contribui de forma valiosa aos que fazem a cidade de Brejo Santo.



A conversa com Sr. Chico de Sinésio acontece em meio ao som das marchinhas carnavalescas orquestradas pela Banda de música Olivio Lopes Angelim, neste dia 21 de Fevereiro de 2020, semana do carnaval e um dia após ele completar 78 anos de idade. Fui muito bem recepcionada na Caldeira do Inferno e logo o diálogo agradável vem permeada de muitas informações históricas. Sr. Chico descreve um pouco do histórico da Caldeira do Inferno, tão bem conhecida por nós. Sr. Chico que está no estabelecimento desde o dia 16 de junho de 1960 e desde então permanece acompanhado da imagem de Nossa Senhora de Fátima, benta pelo então, Padre Pedro Inácio Ribeiro. Começou de sociedade com seu pai como bodega, no final do ano ao fazer o balanço seu pai achou o rendimento pouco e ofertou a venda e este aceitou e ficou pagando ao pai e foram dez anos como bodega. Mas, certa vez seu compadre Orlando ia morar na Lagoa do Mato e lá não tinha energia, o presenteou com a geladeira e o sugeriu que colocasse na mesma uma grade de cerveja e ai começou. E diz: “E porque Caldeira do Inferno¿ Se comentava sobre futebol, politica, religião e era uma zuada danada e um deles gritou: isso é uma Caldeira! E o outro respondeu do Inferno! E aí pegou. Padre Dermival em uma reunião com o Bispo, foi interrogado se existia em Brejo Santo uma Caldeira do Inferno, e ele respondeu sim Senhor, só que os cão são todos meus amigos”. Na Caldeira tem registros de fotos das personalidade da cidade, não dá para descrever a quantidade. Inclusive ele disse que Fábio atual Prefeito de Porteiras o indagou por que não tinha a foto dele no estabelecimento. Sr. Chico o retrucou: “Você já me trouxe alguma”. E no outro dia o quadro estava lá. No quadro que Fábio trauxe tem ele, Ua e Zé Eugênio.
Aproveito o momento por ser período carnavalesco, pergunto sobre os carnavais, visto que seu ponto comercial é referência de concentração dos blocos na cidade, inclusive está ocorrendo a abertura realizada pela Prefeitura Municipal da semana do Carnaval. Sr. Chico assim relata que os blocos antes eram muitos organizados e foram melhores, hoje tem o bloco Tonelada e o Cabeção, também muitos bons. Mas que existiam cinco blocos de referência em Brejo Santo e assim os descreve: Bloco União, participava Sr. Chico de Sinésio, Amadeu e Adisio alfaiate, entre outros. No Bloco o Cacareco do Alto da Bela Vista participavam João Caboré e Jocelino Rufino, entre outros. Tinha ainda o Bloco dos Mecânicos (no momento não lembrou o nome original), e estes se reuniam onde hoje se localiza a Escola Padre Pedro Inácio Ribeiro (antigamente era uma quadra). Outro Bloco era BS dos estudantes. Tinha então o Cabeção e os fundadores oficiais foram Zé quarenta, Estropelo (in memoriam), Zenilton de Peraí (antigamente era os Cão) depois é que veio Meu Bu com a confecção do cabeção usado atualmente. Antes o cabeção era uma bacia de alumínio que Zé Quarenta e companheiros acharam no lixo. Fica assim esse registro passado para nós por Sr. Chico de Sinésio que também participou do Bloco Cabeção no início da história desse Bloco.


Hoje a praça se encontrava festiva bem como a Caldeira do Inferno com os foliões que abriam as festividades do município e no momento em que conversava com Sr. Chico, Bosco Sampaio o vive Prefeito junta-se parabenizando-o. É a história cotidiana no cotidiano da cidade.

   

Nossa homenagem e gratidão a Sr. Chico de Sinésio de coração gigante a acolher os que frequentam seu estabelecimento. Parabéns Sr. Chico de Sinésio pelos seus 78 anos de vida bem contados e partilhados com todos que fazem a cidade de Brejo Santo. Deus o abençoe e que o Sagrado Coração de Jesus lhe proteja sempre assim como Nossa Senhora o cubra com seu manto Sagrado e toda sua família.

Parabéns aos 60 anos do ponto de encontro da cidade e de um patrimônio imaterial histórico de nossa cidade.