quinta-feira, 25 de junho de 2020

COLUNA DA JACQUELINE - Ek is lief vir jou

Ek is lief vir jou
Fico  buscando coisas boas para partilhar com vocês! É um exercício que a vida me ensinou a fazer. Mas nos últimos tempos não está sendo fácil.

Lembro-me agora de uma conversa com uma amiga-irmã e ela fazia uma analogia entre os tempos atuais e uma panela de pressão. Na conversa ela  dizia que não tinha como se colocar milho na panela, fechar, colocar no fogo e quando abrir encontrar outro tipo de vegetal. Assim é na vida, nesta panela de pressão em que todos estamos, quem é milho sairá milho, quem é batata sairá batata.

Fiquei matutando sobre esta conversa. E como sempre fiz minha própria analogia: Estamos sim, numa panela de pressão, mas somos carne. E quando se coloca carne numa panela de pressão não tem como não amolecer, por mais dura que seja.

Albert Ellis, criador da terapia comportamental emotiva racional, estava firmemente convencido de que o que nos afeta não são as coisas que nos acontecem, mas a interpretação que lhes damos.

E é assim que estou conseguindo me manter firme na fé em tempos tão difíceis.

Rememoro as palavras do poeta Moçambicano Mia Couto:
Não sei…
se a vida é curta
ou longa demais para nós.
Mas sei que nada do que vivemos
tem sentido, se não tocarmos o
coração das pessoas.

Se não tocarmos os corações uns dos outros, nada tem sentido.
Tento colocar leveza nesta quarta-feira, e ao som sensível do poeta Vander Lee, deixo meu coração se levar pelo único afeto que dá sentido a tudo isso, o amor.

Ó meu Pai, dá-me o direito
De dizer coisas sem sentido
De não ter que ser perfeito
Pretérito, sujeito, artigo definido
De me apaixonar todo dia
E ser mais jovem que meu filho
De ir aprendendo com ele
A magia de nunca perder o brilho
Virar os dados do destino
De me contradizer, de não ter meta
Me reinventar, ser meu próprio deus
Viver menino, morrer poeta!

E finalizo por hoje com uma exortação: Para tudo que não há resposta, AMEMOS!

Por uma humanidade melhor!
Jacqueline Braga