terça-feira, 23 de junho de 2020

O POVO publica artigo de autoria do deputado Guilherme Landim


Guilherme Landim: São Francisco: uma obra de Estado.
Pensada por D. Pedro II, mas executada por quatro presidentes da República ao longo de cinco mandatos, a transposição das águas do rio São Francisco - uma obra seminal para o desenvolvimento econômico e manutenção da vida humana em partes áridas da região Nordeste do Brasil, será concluída e finalmente inaugurada.

Da decisão propriamente dita, até convencer a opinião nacional da necessidade quando o projeto foi colocado em execução lá nos anos 2000, passando pelas várias desistências de empreiteiras, as suplementações orçamentárias, os desafios gerenciais das grandes licitações, as ameaças de descontinuidade das obras e as desconfianças de que se tratasse de algo meramente "faraônico" - o Velho Chico viu de tudo.

Euclides da Cunha tinha razão, "o sertanejo é, antes de tudo, um forte". Passando pela bonança orçamentária e chegando a cruel crise econômica, inclusive um impeachment, da transição entre a mineira Dilma Rousseff e o paulista Michel Temer a obra chegou a 89,9% de conclusão. Este último inaugura o Eixo Norte e deixa para o também paulista Jair Bolsonaro apenas 3% a ser concluído do Eixo Leste.

Como presidente da Comissão Especial para Acompanhamento das Obras da Transposição do Rio São Francisco, comemoro que o Brasil - país com sérias dificuldades de planejamento e efetividade na gestão - deu continuidade a uma grande e importante obra, capaz de mudar a vida de milhões de brasileiros. E vamos chegando ao fim da obra, porém, percebendo outros desafios: a gestão das águas, o aproveitamento econômico do leito ao longo do seu curso, preço, manutenção, organização e uma visão de Estado, para além dos governos.

Espero que em um futuro próximo não precisemos parabenizar aqueles que dão continuidade as obras importantes para nosso povo, porque nesse dia o Estado será tão mais importante que os governos. Por ora, viva o povo sertanejo, viva o Velho Chico, viva os parlamentos que acompanharam todo o processo, e que venha uma nova realidade com mais justiça e desenvolvimento para o Brasil. 

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