A partir de agosto a qualidade da gasolina brasileira eleva padrão com a adoção de níveis superiores de octanagem e uma massa mínima. A nova especificação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) entrará em vigor em duas fases, a primeira, em agosto e a segunda , em 2022. A nova fórmula, além de reduzir entre 4% e 6% o consumo, está mais adequada às novas tecnologias de motores que estão chegando ao País.
O custo dessa nova tecnologia será observado na bomba. De acordo com o consultor nas áreas de Combustíveis e Energia, Bruno Iughetti, o valor da gasolina comum deve variar em pelo menos 4%. Mas, na sua observação, o custo é compensado pela qualidade superior do combustível, nivelado próximo às exigências dos níveis europeus.
A nova especificação (Resolução ANP 807/20) estabelece que a gasolina comum, tanto a produzida no Brasil como a importada, tenha uma massa específica mínima de 715 kg/m³. Até então não existia requisito de massa mínima para a gasolina comercializada no Brasil. Isso fazia com que a eficiência do combustível no motor não fosse plena, pois, quanto maior a densidade, maior a potência e menor o consumo.
Outro elemento técnico da resolução é a necessidade de octanagem mínima de 92 pela metodologia de RON, a partir de agosto, e 93, a partir de 2022. O valor mínimo para a temperatura de destilação em 50% (T50) para a gasolina A, de 77,0ºC é outra mudança que deve melhorar o desempenho e o aquecimento do motor.
 Iughetti ressalta que o mercado brasileiro dá um grande avanço, já que diesel e etanol já haviam passado por atualizações, reduzindo o teor de liberação de gases do efeito estufa. A nova gasolina diminui a dispersão de aldeídos e libera menos poluentes. "O meio ambiente agradece".
"Essa gasolina tem uma qualidade superior à comercializada hoje no Brasil. Ela atende aos padrões europeus que se baseiam no número maior de octanas. Isso significa uma queima melhor do combustível, nível de explosão melhor, e, consequentemente, economia no consumo", explica o consultor.
A Petrobras diz que a nova especificação vai melhorar a qualidade da gasolina. A estatal "se antecipou e já está pronta para produzir a nova gasolina". Sobre o preço a ser repassado ao consumidor, diz em nota que o preço do combustível é definido pela cotação de mercado e outras variáveis como valor do barril do petróleo, frete e câmbio. Portanto, esses fatores podem variar para cima ou para baixo e são mais influentes no preço do que o custo de formulação.
De acordo com ANP, muitos distribuidores já estão passando aos postos gasolina nos novos parâmetros e a maioria do combustível consumido no Brasil já é da nova gasolina. A Agência ressalta que o novo combustível "atende aos atuais requisitos de consumo de combustível dos veículos e de níveis de emissões progressivamente mais rigorosos", considerando cenário futuro das fases L-7 e L-8 do Programa de Controle de Emissões Veiculares (Proconve - Ibama) e do Programa Rota 2030 - Mobilidade e Logística do Governo Federal.
"Além de estabelecer as novas especificações da gasolina, a Resolução ANP nº 807/2020 determina as obrigações quanto ao controle da qualidade a serem atendidas pelos agentes econômicos", diz a ANP em comunicado.
*Da redação do Blog do Farias Júnior com dados do OPovomais. Para ler a matéria original, clique aqui