segunda-feira, 24 de agosto de 2020

COLUNA VERTEBRAL - A Máquina do tempo, parte dois.

 A Máquina do tempo, parte dois.


Mais uma vez corro, mas chego atrasada, espero e acabo chegando no horário. O tempo nos confunde ao ser o que é, eu sabia o que dizer, mas não sabia como, acabei não dizendo . O dia que amanhece, a semana que começa, o oxigênio que entra e sai dos pulmões, alguém tocou a campainha, o telefone toca e eu me toco nas coisas que deveria estar fazendo. Será que sou só eu agregadora de neuras assim como um agregador de podcast? Mais uma vez eu queria ter a máquina do tempo. Corri todos os dias pela manhã tentando ficar na frente daquilo que a gente chama de tempo. Me arrumei pra chegar cedo, mas perdi tempo tirando fotos de folhas. Eu juro que estou tentando, mas ainda não consigo. Tempo perdido achado por alguém que corria de si mesmo. Eu cheguei a conclusão de que esse negócio de tempo só nos amedronta a partir do momento que deixamos de o enfrentá-lo. Eu cheguei a tempo? Posso te falar uma coisa?  Um banho poderia ter o tempo de uma música, ou a música poderia ter o tempo de um banho. Dizem que faz bem pensar no chuveiro. quanto tempo ainda temos? Mesmo que pareça cedo ou tarde, quem está contando o relógio? Eu não sei contar, então comecei a construir meu próprio tempo. Que horas são?  Achei que meus cadarços nunca desamarrariam. Achei que os pães ficavam quentinhos o dia todo na padaria. Achei que os relógios das pessoas  estavam sincronizados, mas me enganei, troquei de bateria, posso acertar as horas?

A @colun_avertebral é um projeto idealizado pelas estudantes,Eduarda Vitória ,Joana Edbéria e Sarah Regina, do curso de Jornalismo da UFCA.