sexta-feira, 7 de agosto de 2020

COLUNA DA HISTORIADORA FÁTIMA ALVES - O cotidiano da história nos 130 anos na história de Brejo Santo.


O cotidiano da história nos 130 anos na história de Brejo Santo.

Monsenhor Dermival e a Igreja do Da Sagrado Coração de Jesus 

Durante essas quatro semanas trarei um pouco de recortes históricos da nossa cidade, das pessoas que aqui residem, pessoas que vieram de outras terras compor este cenário.

Toda cidade ou comunidade começa com a construção de uma Igreja ou Capela.  Sabemos sobre a história de Brejo Santo, que a Igreja foi construída em sentido contrário porque acreditava-se que a cidade cresceria rumo à nascença. Mas Deus tinha outros projetos para Brejo Santo. Aos poucos a cidade foi se desenvolvendo assim como a Igreja foi passando por transformações físicas de estruturas e de padres. 

Não podemos esquecer o estimável Padre Pedro Inácio Ribeiro, uma alma Santa dedicada a Deus. Mas gostaria de trazer mais uma vez a figura do Monsenhor Dermival que como sacerdote assumiu essa paróquia com muito zelo. Quantos trabalhos realizados,esteve como pároco por 60 anos. Apesar de ter nascido em Jardim considera Brejo Santo como sua cidade. Recordo que ele estava presente em quase todos os acontecimentos da Igreja. Usava sua batina e no dia em que resolveu tirar virou um momento histórico, foi aplaudido pela comunidade. Monsenhor se dedicou a construção da Igreja São Francisco e dava uma assistência impar. 

Existem fatos da história do Monsenhor Dermival bem interessante, no dia 9 de dezembro de 1956 após sua ordenação ele recebe a sua provisão para servir na paróquia de Brejo Santo, porém o bispo estava doente e precisava viajar para Salvador e deixa o documento engavetado. O jovem sacerdote não recebendo nenhum comunicado aproveita então,  para descansar e passear, passaram-se então os meses de janeiro e fevereiro até 7 de março desfrutando do laser. No dia 8 de março de 1957 Dom Francisco ao chegar no Crato manda um recado: “venha em continência”. Cedo padre Dermival pegou sua moto e foi com destino a diocese. Ao chegar no Palácio do bispo ou seja, cúria Diocesana, foi logo questionado pelo superior:   “o senhor se ordenou para ser Vigário, o que o senhor quer só brincando”. Aproximou-se do bispo e o cumprimentando sabiamente foi se justificando que não receberá a provisão nenhuma. O bispo disse que esquecera e ele  responde: “Ah, mas aproveitei”! E assim começa a vinda do Monsenhor para Brejo Santo. O rio da região perto de Jardim fica alagado e ele não pode vir de carro, decidiu vir de moto e a bagagem viria de animal, então colocou sua maleta na garupa e partiu rumo a Brejo Santo. Como o rio impossibilitava a passagem de moto Monsenhor resolve o seguinte: pede ajuda a dois homens e este passa com a moto no ombro e outro com ele no Tutum. Quando chegou a cidade dirigiu-se a casa paroquial e a cidade ficou admirada ao ver um padre andando de moto.  Ele se apresenta a Padre Pedro Inácio Ribeiro, vem como padre cooperador. Vive com Padre Pedro até os últimos dias de vida do padre Pedro como cooperador. 

Assim começa a história do Monsenhor na Paróquia e na história de Brejo Santo quando esta tinha apenas 67 anos de emancipação política e ele um jovem com apenas 26 anos de idade.

Assim neste mês vocacional comemora-se o dia do Padre nada melhor que trazer a pessoa do Monsenhor para reforçar a história de nossa cidade e que contribuiu sobremaneira nos acontecimentos da cidade.

Parabéns Monsenhor pelo dia do Padre, pela sua contribuição e Condução como pastor na igreja do Sagrado Coração de jesus em Brejo Santo.