quarta-feira, 23 de setembro de 2020

Seca no Ceará: Áreas de seca aumentam 19,45% no território cearense, entre julho e agosto

 


Segundo a Funceme, no atual cenário, o Estado apresenta impactos de curto e longo prazo, como redução do plantio e déficits hídricos prolongados

Ceará registra aumento de 19,45% em áreas de seca relativa, conforme o Monitor de Secas, coordenado pela Agência Nacional das Águas (ANA). A ferramenta faz o acompanhamento da estiagem no Nordeste e em alguns estados brasileiros fora da região. Apesar do aumento na variação, as áreas de seca no Estado ainda são consideradas “fracas”. Além disso, o cenário é melhor que o observado no mesmo período do ano passado, quando o Ceará apresentou 66,81% do seu território com seca relativa, sendo 43,16% moderada.


Segundo a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), a área do Ceará classificada com seca está concentrada mais ao Centro-Sul, principalmente entre as macrorregiões Jaguaribana, Sertão Central e Inhamuns. A variação da seca fraca saiu de 20,84% para 40,29% no mapa mais recente divulgado pela ANA.

“Esta é a quinta melhor situação do Ceará desde o início do Monitor de Secas, em julho de 2014, sendo superada somente pelos registros de abril a julho deste ano”, destaca a Agência. Entre os períodos, o Estado apresentou redução ou estabilidade no percentual de áreas de seca, chegando a julho com apenas 20.84% do território em seca relativa.

 “Com a atual situação, são esperados impactos como: redução do plantio, culturas ou pastagem, além de alguns déficits hídricos prolongados, pastagens ou culturas não completamente recuperadas”, comenta a Fundação em nota. O cenário, entretanto, é considerado normal para o período. Após a época de chuva, as precipitações se tornam mais escassas e a tendência é um aumento na variação das áreas de seca.

Açudes

Em nota enviada ao O POVO, a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos do Ceará (Cogerh) reforça que a escassez de chuvas no segundo semestre do ano é comum, tendo em consequência o aumento da área de seca no Ceará. “Dessa forma, o volume de água acumulado durante a período de chuvas diminui no período de estio. Esta situação está dentro da normalidade da rotina do gerenciamento dos recursos hídricos no Ceará”.

 Conforme a última resenha diária da Cogerh, divulgada na terça-feira, 22, o nível de água nos reservatórios cearenses está em 30,73% da sua capacidade, com 5,72 bi m³. Além disso, 12 açudes estão com nível superior a 90% da sua capacidade, embora nenhum esteja sangrando. Entre eles: Acarape do Meio, Araras, Gerardo Atimbone, Germinal, Itapebussu, Jenipapo, Malcozinhado, Mundaú, Penedo, São José II e Sobral.

“O uso responsável e parcimonioso da água por cada cidadão é imprescindível na nossa região a qualquer tempo, visto que a irregularidade das chuvas no território é a principal marca do regime de chuvas no Estado”, frisa a Cogerh. Entre os 155 reservatórios monitorados, há ainda 13 com volume morto, três secos e 53 abaixo dos 30% do volume que suporta.

Em relação aos principais reservatórios do Estado, nesta quarta-feira, 23, o açude Orós está com 478,23 hm³ em nível de água acumulada, equivalente a 24,65% da sua capacidade. Os dados são do Portal Hidrológico do Ceará, que também apresenta um volume de 213,5 hm³ no Banabuiú, correspondendo a 13,34% do nível que suporta. Já o Castanhão, tem 936,95 hm³ de água acumulada, 13,98% do volume que é capaz de armazenar.


*Da redação do Blog do Farias Júnior, com O POVO online.