sexta-feira, 23 de outubro de 2020

COLUNA DA HISTORIADORA FÁTIMA ALVES - Rita de Cassia de Almeida (Dona Rita de Antônio Prafrente).

 

Rita de Cassia de Almeida (Dona Rita de Antônio Prafrente)



É com muito prazer que trago hoje na nossa história cotidiana uma personalidade que contribui junto com seu esposo Antônio Ribeiro de Almeida conhecido como Prafrente (in memoriam) e contribui com seus filhos e netos na história da cidade.

Fui muito bem recepcionada por Dona Rita e sua filha Maria Vianez, as quais agradeço de coração por partilhar um pouco da história de vida da família e que está representada pela matriarca Dona Rita. 
Foi um diálogo agradável permeado de histórias. Dona Rita nasceu na cidade de Alto Santo Ceará, filha de Francisco Gomes da Silva e Maria Senhorinha de Jesus (in memoriam). Viveu sua infância junto dos pais e na referida cidade de Alto Santo em um povoado chamado Juremal na BR 116, próximo a Nova Jaguaribara. Mas na juventude, com 18 anos, conhece o jovem Antônio que trabalhava de frentista de posto. Dois anos depois acontece o enlace matrimonial e da união conjugal nasceram os filhos: Maria Vianez, Rita Maria, Ângela, Joana Darc, Raimundo Nonato (in memoriam), Silione, Penha, Selma, Francisco Antônio (Borora),  Klebson, Klébia, Quitila e hoje conta mais de 20 netos e bisnetos.

Dona Rita e Sr Antônio antes de chegar em Brejo Santo residiram na cidade de Barro para assumir um restaurante que iria ficar ocioso. Animada com a ideia de colocar seu próprio restaurante se mudou de Alto Santo para a cidade do Barro.



Mas em certa ocasião, no ano de 1965 veio a oportunidade de morar  em Brejo Santo, resolveram então colocar as Margens da BR 116 no sítio Barreiro Preto em uma casa do Sr Aldeci,  o restaurante e o qual se tornaria Hotel Prafrente. Assim nasceria um dos primeiros restaurantes da cidade. Dona Rita revela que não foi fácil os primeiros meses. Conta que ficou sem receber clientes cerca de 4 meses. Mas certa vez parou uns carros e pediram refeição e assim daquele dia em diante não faltaram mais clientes. Eram servidas as refeições café da manhã, almoço e jantar. Não tinham horário, serviam até a última hora do dia. Uma marca forte registrada que fica é o famoso churrasco de Sr Antônio, várias pessoas se dirigiam da cidade para saborear, assim como a deliciosa comida de Dona Rita. O restaurante era conhecido em outros estados e até fronteiras com outros países. Maria Vianez conta que um caminhoneiro cita elogios a comida deles na fronteira do Brasil com Argentina. Um detalhe: tudo feito no fogão a lenha e carvão, não tinha geladeira, enfim tudo muito rústico, e na ocasião a BR não era asfaltada.

Os anos passam e após 14 anos, eles adquirem um terreno próprio e constroem o novo hotel pra frente o qual funcionou por 16 anos, onde hoje onde todos vivem, assim o hotel fica registrado na história.

Fiquei curiosa sobre o apelido de Prafrente. Conta Dona Rita e Maria Vianez que certa vez chegaram uns clientes e perguntaram se tinha almoço, Sr Antônio gostava do bordão “pra frente “, respondeu: “PRA FRENTE”.  Eles não entenderam e seguiram pra frente. E assim foi espalhando o bordão na cidade. Existem contextos sobre o uso do bordão, Maria Vianez disse que tinha a música de Roberto Carlos “Daqui pra frente tudo vai ser diferente”, ele gostava muito dessa música.

Quem não recorda a vida de Sr Antônio Prafrente com seu sorriso e sua alegria contagiante? Os filhos queriam comprar um carro, mas ele insistia em ir ao Brejo Santo de bicicleta fazer suas compras. Assim passava por todos acenando e espalhando sorriso.

Gratidão é a palavra correta a Dona Rita, a memória de Sr Antônio Prafrente e aos seus familiares. Sua história faz parte do cotidiano da cidade. E vamos Prafrente com fé e confiança.