quinta-feira, 15 de outubro de 2020

COLUNA DA JACQUELINE - Aos mestres com carinho.

  AOS MESTRES COM CARINHO

15 de outubro é o nosso dia.

Costumo afirmar que todos os dias deveriam ser dedicados a este profissional que faz da sua missão arte em todos os sentidos. Como não reverenciar aqueles que nos ensinam a pensar? Que criam em nós a curiosidade.

Paulo Freire afirmava convicto que o bom professor é o que consegue, enquanto fala, trazer o aluno até a intimidade do movimento do seu pensamento. Sua aula é assim um desafio e não uma cantiga de ninar. Seus alunos cansam, não dormem. Cansam porque acompanham as idas e vindas de seu pensamento, surpreendem suas pausas, suas dúvidas, suas incerteza. E enfatizava, o professor autoritário, o professor licencioso, o professor competente, sério, o professor incompetente, irresponsável, o professor amoroso da vida e das gentes, o professor mal-amado, sempre com raiva do mundo e das pessoas, frio, burocrático, racionalista, nenhum deles passa pelos alunos sem deixar sua marca.

Fico a imaginar a grandeza da nossa missão.

Estes dias estava ouvido o grande educador Cortella e ele nos dava dicas: Só é um bom ensinante quem for um bom aprendente. Quem não conseguir ser um bom aprendente não conseguirá ser um bom ensinante, e para isso é necessário ter humildade pedagógica, isto é: a capacidade de saber que eu não sei tudo o tempo todo, de todos os modos. E ninguém sabe!

Leandro Karnal afirma que Ser professor é basicamente uma aposta no futuro e, por isso, o professor está condenado a ter esperança! A esperança é a fonte vital que move nossa profissão/missão.

O eterno Rubem Alves enche de poesia e boniteza o ser professor e nos faz um pedido: lembrem-se de que vocês são pastores da alegria, e que a sua responsabilidade primeira é definida por um rosto que lhes faz um pedido: Por favor, me ajude a ser feliz...Agora o que desejo é que você aprenda a dançar. Rubem Alves se inspirava na Lição de Zaratustra, que dizia que para se aprender a pensar é preciso primeiro aprender a dançar. Quem dança com as idéias descobre que pensar é alegria. Se pensar lhe dá tristeza é porque você só sabe marchar, como soldados em ordem unida. Saltar sobre o vazio, pular de pico em pico. Não ter medo da queda. Foi assim que se construiu a ciência: não pela prudência dos que marcham, mas pela ousadia dos que sonham. Todo conhecimento começa com o sonho.

Neste dia e em todos os dias faço a mesma exortação do Mestre Rubem Alves : Contem-me os seus sonhos, para que sonhemos juntos!

Ensinar é um exercício de imortalidade. De alguma forma continuamos a viver naqueles cujos olhos aprenderam a ver o mundo pela magia da nossa palavra. O professor, assim, não morre jamais .( Rubem Alves)

Todo meu respeito, carinho e gratidão!

Como não amar?

Jacqueline Braga