segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Departamento de Geologia da UFRJ nega irregularidades na coleta, transporte e tombamento de fósseis no Ceará

Polícia Federal investiga suposta participação de professor de instituição no esquema de desvios de espécimes encontrados na Chapada do Araripe, interior do Ceará.

O Departamento de Geologia do Instituto de Geociências da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) negou o envolvimento de pesquisadores da instituição no suposto esquema de receptação e venda de fósseis na Região da Chapada do Araripe, sul do Ceará.

O caso foi alvo de operação da Polícia Federal na quinta-feira (22), com o cumprimento de 19 mandados de busca e apreensão, sendo 17 no Ceará e 2 no Rio de Janeiro. Um professor da UFRJ está entre os suspeitos de integrar a organização criminosa.

Em nota, a instituição afirmou que "nunca houve e nem há qualquer irregularidade nas atividades de coleta, transporte e tombamento de todos os espécimes na Coleção de Paleontologia do Departamento de Geologia". O Departamento também alegou que a Polícia Federal, durante as diligências de quinta-feira, "nada encontrou que maculasse os pesquisadores". (Leia íntegra da nota no fim do texto)

A reitoria da UFRJ já havia se manifestado sobre o caso no dia da operação da PF. Segundo a universidade, todos os fósseis sob a guarda da UFRJ "estão legalmente cadastrados e catalogados na instituição e notificados aos órgãos responsáveis", e que todos os docentes têm autorização para coleta e pesquisa de espécimes na região do Araripe. (Leia íntegra da nota ao final da reportagem)


Duas pessoas presas em operação

Investigações do Ministério Público Federal do Ceará (MPF) apontam que o esquema consiste na extração e comercialização ilegal de fósseis por trabalhadores de pedreiras nos municípios de Nova Olinda e Santana do Cariri, onde dois homens foram presos.

Um deles estaria entre os principais negociadores de fósseis entre 2017 e 2020, e o segundo seria o responsável por receber valores do professor da UFRJ para coletar e guardar os fósseis.

Fósseis são bens da União e integram o patrimônio cultural e natural brasileiro.

As investigações do MPF apontaram a atuação de uma rede de empresários, servidores públicos e atravessadores que negociam fósseis raros da região, com indícios da prática ilícita por parte do professor da UFRJ e de outros pesquisadores nacionais e estrangeiros.

Caso os crimes sejam comprovados, os investigados responderão pelos crimes de organização criminosa, usurpação de bem da União e crimes ambientais, e podem ser condenados a penas de até 16 anos de prisão.

Decorrente de investigação iniciada em 2017, pelo Ministério Público Federal do Ceará, a Operação Santana Raptor foi batizada com este nome em referência ao gênero de dinossauro encontrado na região da Chapada do Araripe, onde são encontradas riquezas fossilificas de 110 milhões de anos.

A Polícia Federal ressalta que, em razão da situação de pandemia da Covid-19, foi planejada uma logística especial de prevenção ao contágio, com distribuição de EPIs a todos os envolvidos na missão, a fim de preservar a saúde dos policiais, testemunhas, investigados e seus familiares.


*Da redação do Blog do Farias Júnior com dados do G1 CE. Para acessar a matéria original clique aqui.


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